Por que a evolução espiritual do ser humano é lenta?
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
A evolução espiritual do ser humano não avançou na mesma proporção que o avanço científico, tecnológico e material do mundo moderno
É inegável que tivemos grandes avanços científicos, tecnológicos e materiais, se compararmos com a idade da pedra, à época dos homens da caverna. Porém, o mesmo não se pode dizer em relação à sua evolução espiritual. É claro que avançamos, sim, em alguns aspectos como à violência, por exemplo. Hoje, ninguém fica indiferente, quando vê alguém destratar, espancar um cachorro, o que não ocorria há tempos atrás.
Jesus, o mestre de Galiléia, impediu uma mulher adúltera de ser apedrejada
Porém, o ser humano ainda pratica os mesmos atos bárbaros, cruéis, como na época de Cristo, há 2000 anos. Há uma conhecida passagem bíblica (Jo 8,7) em que Jesus foi indagado pelos fariseus a respeito de uma mulher adúltera, que seria apedrejada. O mestre de Galiléia a defendeu, dizendo: “Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”. Ninguém atirou a pedra nela.
Pois bem! Até hoje, em muitos lugares, sobretudo, no oriente médio, ainda se pratica o apedrejamento em mulheres adúlteras.
O ser humano age pior que os animais
Certa ocasião, eu comentei com uma paciente, que a grande massa de seres humanos, pela pouca evolução espiritual que ainda se encontra, age instintivamente, feito os animais. Ela me disse: “Dr. Osvaldo, com todo o respeito, eu não concordo com a sua colocação. Os animais matam por uma questão de sobrevivência, porque têm fome; já os seres humanos matam não porque têm fome, por necessidade, mas, por prazer, crueldade e até mesmo por ego, vaidade. Nos safáris, nas expedições realizadas na selva africana, os caçadores matam os tigres, onças, leões, elefantes para deixá-los como troféus em suas casas ou para comercializar às suas peles ou os marfins das presas dos elefantes”.
O ser humano é muito incompetente em sua evolução espiritual
Concordei prontamente com ela; realmente, a evolução espiritual do ser humano ocorre lentamente. Geralmente, o ser humano lida melhor com as questões materiais do que com questões espirituais. Ou seja, a grande maioria das pessoas não estão preocupadas em se tornar seres humanos melhores. Já ouvi uma pessoa me dizer que o que importa na vida é ter dinheiro no bolso e ponto final. O resto é balela, conversa fiada.
Mas por que a evolução espiritual do ser humano é lenta?
Porque temos dificuldade de dar um mergulho em nosso interior e olhar o que precisamos mudar, fazer uma reforma íntima. Caro leitor, você sabe com clareza, tem consciência que reforma precisa fazer em seu interior? Ou seja, quais os maus hábitos e imperfeições que traz de outras encarnações?
Se não sabe, certamente irá levá-los para a próxima encarnação, atrasando a sua evolução espiritual (aqui explica por que a evolução do ser humano é lenta). Por isso, a reforma íntima é a finalidade maior de uma encarnação, mas poucas pessoas estão suficientemente conscientes disso e engajadas efetivamente nessa mudança, nesse trabalho interior de autoconhecimento.
Reencarnamos para compreender e procurar melhorar as nossas tendências, inclinações negativas, isto é, o nosso modo inadequado de pensar, sentir e reagir diante dos acontecimentos da vida.
Sendo assim, como você costuma reagir aos acontecimentos da vida?
Você se magoa fácil? É uma pessoa rancorosa, jamais esquece o que alguém lhe fez? É vingativo? É uma pessoa explosiva, agressiva, pavio curto, age por impulso e depois se arrepende, fica com remorso? É autoritário, odeia ser contrariado, contestado? Costuma se sentir menos diante das pessoas? É inseguro, medroso, se desvaloriza, se sente incapaz? É possessivo, ciumento, controlador? É vaidoso, sempre preocupado com o que as pessoas vão pensar de você?
Reforma íntima é se conscientizar e atenuar o que emerge de negativo dentro de nós, diante dos acontecimentos negativos da vida.
Há muito tempo atrás, era consultor organizacional do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas), ministrava palestras e cursos de treinamento em relacionamento interpessoal nas empresas.
No final dos cursos, pedia aos participantes avaliarem (sem se identificar) às suas expectativas – se foram ou não supridas – em relação ao conteúdo programático, carga horário, qualidade do curso, etc., e de quem o ministrou.
A avaliação negativa de um participante desencadeou em mim sentimentos negativos
As avaliações eram sempre muito boas, até que um dia, um dos participantes – no total de 50 – avaliou de forma muito negativa o meu curso e a minha atuação, dizendo que estava muito frustrado e bastante decepcionado, saindo com uma imagem muito negativa a meu respeito e do curso. Ao ler a sua avaliação negativa, emergiu em mim, de forma intensa, sentimentos de rejeição, incapacidade, desvalorização, raiva, decepção, etc.
Após refletir sobre esses sentimentos ruins, que emergiram dentro de mim, vim a perceber – para o meu espanto – o quanto era vaidoso (até então não tinha consciência disso), perfeccionista, lidava mal com uma opinião não favorável, exigente comigo mesmo, pois, desconsiderei às outras 49 avaliações positivas.
Quer saber qual a sua principal imperfeição? Observe o que emerge de negativo diante dos acontecimentos negativos da vida
Na verdade, aquela avaliação negativa foi um “gatilho” que desencadeou as minhas imperfeições, traços de personalidade, que certamente trago de outras encarnações. Percebi também ao relembrar outros acontecimentos desagradáveis em minha vida, que reagi de forma similar à avaliação daquele participante do curso.
Freud, o pai da psicanálise, definiu neurose como compulsão à repetição, isto é, o médico Vienense afirmava que o neurótico repete sempre os mesmos padrões patológicos de pensamentos, sentimentos e atitudes, oriundos de experiências traumáticas vividas na infância. Mas como Freud não lidava com a tese da reencarnação, isto é, lidava apenas com essa vida, achava que a neurose era fruto de experiências traumáticas só da infância.
Um trauma oriundo de uma vida passada é tão ou mais devastador que um trauma vivido na vida presente
No entanto, a grande maioria de meus pacientes, quando passam pela TRE (Terapia (Regressiva Evolutiva) – A Terapia do Mentor Espiritual – método terapêutico sistematizado por mim em 2006, através da regressão de memória, ou quando seus mentores espirituais lhes revelam a causa de seus problemas (fobias, depressão, síndrome do pânico, ciúme doentio, compulsão alimentar, etc.) se dão conta que a origem de seus comportamentos neuróticos advém de experiências traumáticas não necessariamente desta vida, mas, de suas vidas passadas.
Nesta terapia, eles se conscientizam que trazem maus hábitos e traços de personalidades negativos de outras encarnações, reagindo de forma similar aos acontecimentos que lhes desagradam, ficando tristes, magoados, irritados, agressivos, sentindo-se rejeitados, desvalorizados, como se sentiam em suas vidas pretéritas.
O que é a reforma íntima?
Portanto, reforma íntima é observarmos como costumamos reagir aos acontecimentos negativos da vida e procurar nos melhorar minimizando as nossas atitudes negativas. Isso é evolução espiritual e a verdadeira cura do ser humano.
É o caso de um paciente de 35 anos, divorciado.
Ele veio ao meu consultório, querendo entender por que não ascendia, não era promovido, não crescia em sua carreira profissional, apesar de ser competente profissionalmente.
Divorciado, queria entender também, por que em seus relacionamentos afetivos, as mulheres se desinteressavam por ele e acabavam se afastando, rompendo o relacionamento?
E no trabalho, sentia-se perseguido e incompreendido pelos colegas e chefia. Desta forma, cultivava com frequência sentimentos de rejeição, autopiedade, inferioridade, vitimismo e persecutoriedade, pois achava que todo mundo queria prejudicá-lo.
Por fim, queria saber por que não concluía o que começava e tinha tanto medo, fobia de altura?
Depois de três sessões de regressão, na 4ª e última sessão, após passar pelo portão (nessa terapia, sempre utilizo como recurso técnico um portão, isto é, um portal, que separa o passado do presente, o mundo espiritual do mundo físico), ele me relatou:
– Vejo um abismo… É um lugar muito escuro (ele estava descrevendo o plano espiritual inferior, às trevas). (pausa).
Estou procurando alguém… Acho que é uma mulher, mas não a vejo (é comum também nessa terapia, os pacientes trazerem algo de forma intuitiva, ou seja, em impressão, sensação, e não necessariamente de forma visual).
Terapeuta: – Vamos fazer juntos a oração do perdão, emanando – através das mãos – a luz dourada de Cristo para essa mulher, esse ser espiritual. (pausa).
Paciente: – Ela foi para a luz… Usava uma roupa preta (os habitantes das trevas usam roupas, mantos, túnicas pretas, diferentemente dos seres de luz, cujas roupas normalmente são brancas) e ao emanarmos a luz dourada, essa mulher chorava muito…Eu a abracei, depois ela foi embora, indo para uma luz maior (paciente fala emocionada). (pausa).
Alguém me dá os parabéns… Diz que é o meu mentor espiritual. (pausa).
Terapeuta: – Pergunte se ele tem mais algo a lhe dizer?
Paciente: – Ele pede para ter paciência… repete várias vezes essa palavra.
Terapeuta: – Pergunte ao seu mentor espiritual por que as mulheres acabam se afastando, desinteressando por você?
Paciente: – Esclarece que vem do meu desamor, da falta de amor-próprio, e que preciso acreditar, me valorizar mais. (pausa).
Terapeuta: – Pergunte-lhe por que apesar de sua competência, você não é promovido, não cresce profissional e financeiramente?
Paciente: – Diz que preciso primeiro aprender a valorizar mais as pessoas, depois o lado material, pois não vim nesta encarnação com o objetivo de conquistar posições.
Na verdade, vim mais com o intuito de ajudar as pessoas, o que não fiz nas vidas passadas. Diz ainda que na existência passada, era uma pessoa muito rica, poderosa e, portanto, as experiências de ter posses, poder, já as tive no passado. Mas, agora, chegou a hora de desenvolver outra coisa.
Terapeuta: – Que coisa?
Paciente: – A humildade, ele me responde. Como hoje não tenho poder e bens materiais, só me restou desenvolver a minha capacidade, a competência profissional. Ele fala que na vida passada, apesar de ter tido poder, status, dinheiro, nutria sentimento de inferioridade, e que essas aquisições externas, apenas mascararam, disfarçaram esse sentimento.
Na vida atual, ainda trago esse sentimento de inferioridade, mas, como não tenho essas aquisições externas, procurei desenvolver a competência profissional e trabalhar essa inferioridade. O meu mentor espiritual reafirma, que hoje vim para ajudar às pessoas, e que a ajuda não é só materialmente, mas também por meio de gestos e palavras. Fala que vou diminuir o meu sentimento de inferioridade, dando amor às pessoas e acreditando mais em mim.
Fala também, que não concluo o que começo porque me preocupo ainda só com o lado material. Por isso, preciso dar mais carinho, atenção a quem está junto de mim. Pede para lembrar sempre que sou um ser de luz, e que isso vai clarear o meu caminho da mesma forma que fiz no início dessa sessão, quando ajudei àquela mulher que prejudiquei no passado a ir para a luz, mandando a luz dourada de Cristo. Pede para confiar sempre nessa luz que tenho dentro de mim.
Explica que àquela mulher, na verdade, aceitou no astral vir hoje como minha filha, mas que a rejeitei quando levei à minha ex-esposa para fazer o aborto numa clínica médica. Com isso, contraí duas dívidas cármicas: uma já saldei ao ajudá-la ir para a luz; a segunda dívida é aceitá-la, dessa vez, caso ela venha novamente como minha filha. (pausa).
Eu pergunto ao meu mentor espiritual o que tenho que fazer para ser feliz nessa vida?
Ele me responde: – Ajude as pessoas com palavras e gestos, estendendo a mão como você fez agora com a sua filha abortada, tirando-a das trevas.
Quando alguém te agredir com palavras, não faça o mesmo. O silêncio é o mesmo gesto de dar a mão e tirar às pessoas das trevas. (pausa).
Eu pergunto ao mentor espiritual por que tenho tanto medo, fobia de altura?
Ele diz: – Um dia você esteve no alto, no bem, mas acabou caindo no mal, nas trevas. Hoje, você tem medo de acontecer isso novamente. Você já trabalhou para a luz, esteve a serviço do bem, mas, caiu, passou a trabalhar para o mal, para às trevas. Por isso, na vida atual, tem medo de que as trevas te puxe novamente para o mal.(pausa).
Conclusão:
Eu lhe perguntei como posso superar esse medo?
Ele só pede para eu olhar para cima e ver que o alto é mais profundo do que estar embaixo.
Terapeuta: – Pergunte qual o nome de seu mentor espiritual?
Paciente: – Frei Agostinho, diz que é o nome dele.
Terapeuta: – E quem foi Frei Agostinho?
Paciente: – Diz que é um espírito de luz que acolheu todos aqueles que se arrependeram do mal que fizeram um dia, e que sou mais um do seu rebanho.
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