Cirurgias plásticas interferem na programação cármica?
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Hoje em dia existe cirurgia para tudo. Há quem se transforme radicalmente para conseguir se sentir melhor com o corpo e a aparência. Há quem se submeta a procedimentos terrivelmente invasivos, como cortar os dedos dos pés para que sejam menores ou retirar costelas para afinar a cintura. A autoestima é mesmo muito importante, mas, deve haver limites. Prioridades que orientam uma encarnação não podem ter a perfeição da imagem como objetivo.
Então vem a pergunta: cirurgias plásticas interferem na programação cármica?
A Pressão estética no império das redes sociais
Para falar do tema cirurgia plástica, precisamos começar falando sobre a pressão estética, especialmente nos tempos do império das redes sociais. Embora no passado não existisse esse nome, a pressão estética exercida sobre as mulheres sempre existiu, pois sempre houve um padrão em que o corpo e a aparência feminina deveria se encaixar. Até pouco tempo atrás, a posição da mulher na sociedade se resumia ao casamento, e a estética era parte fundamental do sucesso ou fracasso que uma mulher podia enfrentar na hora de “arranjar marido”. E toda essa pressão só aumentou com a modernidade e a internet, fazendo com que crescesse também a quantidade de mulheres que recorrem aos procedimentos estéticos (invasivos ou não) para forçar um encaixe em certos padrões.
“Seja uma pessoa que valoriza a essência, não a aparência, cultive os valores mais profundos e não caia na tentação de se tornar um “super” em um mundo de estrelas sem brilho próprio”
A pressão estética, como o próprio nome sugere, é aquela pressão social difundida pela cultura e muito reforçada pela mídia, especialmente as redes sociais. Eleito um padrão, uma determinada forma é exaustivamente apresentada e divulgada como aceitável, excluindo da dignidade social quem não reflete esse padrão. Através das redes somos bombardeadas por perfis que mostram essa perfeição, reforçando ainda mais um determinado estereótipo gerando uma insatisfação cada vez mais com a imagem e o corpo. E essa pressão é tão forte hoje em dia, que já afeta homens também. Com isso, especialmente as mulheres fazem o que for preciso para atingir esse padrão, que, na verdade, é irreal. Tanto é que vemos muitas celebridades que, apesar da imagem perfeita, são hostilizadas e criticadas. Ou está magra demais ou engordou e já não serve. O peito é muito pequeno, muito grande, ou flácido demais. Se a barriga tem muito músculo, parece um homem. Se não é negativa, está gorda.
“Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça”
Se sentir bem com a aparência é importante, mas estamos pagando um preço alto por isso. Algumas pagaram com a vida, recusando alimentação e enfraquecendo o corpo a tal ponto que ele parou de funcionar. Injeções de substâncias tóxicas para a aumentar as coxas e o bumbum quase tiraram a vida de Andressa Urach, um caso bastante conhecido.
- Qual é o limite?
- Até onde devemos ir para atender aos padrões sociais?
- Será que a nossa aparência é mesmo tão importante a ponto de arriscarmos nossas vidas?
- O que representa a nossa aparência em um instante tão pequeno como uma encarnação, partindo do princípio que a jornada do espírito é eterna?
São questões que merecem a nossa atenção e sobre as quais devemos refletir. Especialmente quem busca despertar a mente, com certeza esses questionamentos são importantes.
Autoestima, felicidade e evolução espiritual
Certa vez perguntaram a Chico Xavier se ele faria alguma cirurgia plástica. E a resposta foi bem humorada, típica de Chico: “claro, se me fosse possível, pois assim não assustaria tanto meus semelhantes”. Se ele realmente iria em frente se tivesse essa possibilidade jamais saberemos. O que sabemos é que a autoestima está ligada a felicidade e esta, por sua vez, se relaciona diretamente com a nossa evolução consciencial. No entanto, por outro lado, temos a questão da busca pela beleza física como algo fútil frente a espiritualidade e a missão que recebemos ao encarnar. Aliás, a nossa aparência física também faz parte da programação cármica que aceitamos antes de nascer, então, faz sentido questionar até que ponto as cirurgias plásticas interferem na nossa programação cármica.
“Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que o morto, as roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus”
A única resposta possível é o bom-senso. Se rejeitarmos a vaidade, acabamos ferindo a civilidade. Andar bem vestido, limpo e arrumado faz parte do que conhecemos por civilidade. Logo, há um certo nível de vaidade que faz bem para o convívio social. E também a aparência física pode incluir ou excluir alguém do convívio social e gerar muita angústia e sofrimento. Vejamos, por exemplo, quantas vidas são transformadas pela cirurgia estética reparadora. A cirurgia plástica é sim muito importante, porém, o problema está quando a aparência se torna uma obsessão e coloca em risco a própria vida. Não há defesa possível que justifique uma busca sem limites pela aparência perfeita e que prejudique o que temos de mais importante: a nossa vida. A saúde deve sempre vir em primeiro lugar.
A roda das encarnações e a aparência física
Sabemos que a aparência física que “recebemos” ao nascer também faz parte da programação da nossa encarnação. Mas não só isso, pois, cada caso é um caso. Uma pessoa obesa, por exemplo, certamente tem um metabolismo que favorece o acúmulo de gordura. Então será que ser gordo é considerado carma? Se pensarmos como castigo, é claro que não. Primeiro porque a espiritualidade não castiga ninguém, e, segundo porque não há problema algum em ser gordo. Porém, se pensarmos que a maneira como nos relacionamos com a comida está totalmente ligada ao nosso padrão emocional, pode ser que uma consciência que encarna em um corpo com tendência ao ganho de peso precise trabalhar seu emocional. Cuidar da saúde é também uma forma de aprender a se amar, e muitas pessoas precisam dessa experiência para conseguir atingir esse estado de aceitação e fortalecer a autoestima. E quando falo em autoestima, não quero dizer o bem-estar com relação a aparência. É muito mais do que isso.
“Todos julgam segundo a aparência, ninguém segundo a essência”
Ainda pensando em carma fora da ideia de castigo, as pessoas obesas ensinam muito para a sociedade. Inclusão, empatia e aceitação, por exemplo, são exemplos do que aprendemos com as diferenças entre os corpos humanos. Então, existem sim casos em que um espírito escolhe carregar um corpo fora dos padrões para fazer parte do processo de evolução da consciência humana, já que ainda estamos muito presos a padrões e a estética. A verdade é que não há como saber, pois, cada caso é um caso. E precisamos ter em mente que, se hoje temos uma determinada aparência, no mundo astral ela não nos serve de nada. Lá, é possível se plasmar da maneira que quisermos! Altos, baixos, gordos, magros, jovens, velhos, brancos ou negros. Na umbanda, por exemplo, os pretos velhos escolhem se apresentar dessa forma pelo imenso amor que possuem pela encarnação que tiveram como escravos. Nem mesmo o gênero é eterno, pois, hoje você é mulher mas no passado pode ter sido um homem. A consciência não tem forma nem gênero, e essa é, aliás, uma das maiores dificuldades da evolução espiritual. Nas dimensões mais baixas, até mesmo onde fica a colônia espiritual Nosso Lar, a vida material ainda é muito presente. Ainda existe, por exemplo, um corpo astral. Porém, para seguir para as dimensões mais elevadas, há um momento em que esse corpo astral deve ser abandonado para que a consciência assuma sua forma mental.
Mudar a aparência interfere no plano encarnatório?
Pequenas intervenções para corrigir certos aspectos da aparência só fazem bem. Novamente, o problema está quando a pessoa fica obsessiva pelos padrões estéticos e realiza muitas cirurgias. Certamente nesses casos há implicações espirituais, principalmente se pensarmos que uma pessoa que está disposta a arriscar a sua vida para adquirir uma aparência padrão possui um vazio emocional imenso. Ao invés de melhorarem o interior elas focam no externo, pois, precisam da falsa atenção que a sociedade dá a aparência correta. E, como vemos, muitas dessas pessoas ultrapassam os limites do aceitável e acabam deformadas pelas próprias cirurgias. É preciso entender os motivos que levam uma pessoa a chegar nesse ponto, já que todo nosso universo emocional está ligado ao espiritual.
Com certeza a espiritualidade pouco se importa se você possui silicone nos seios, fez uma rinoplastia ou corrigiu orelhas de abano. Nada disso determina quem é você ou interfere no plano cármico. Mas quando a postura com relação a aparência é muito radical, esse é um sintoma grave e que provavelmente já vem de outras vidas. Nesses casos, existe sim uma influência negativa em relação ao plano encarnatório, já que, com certeza, ninguém vem ao mundo para perseguir a aparência perfeita e colocar em risco a própria vida. Também vale lembrar que, em muitos casos, a aceitação que um espírito precisa trabalhar está ligada a aparência, então, alterá-la por completo vai contra o plano da encarnação.
Pequenas intervenções são fazem mal algum. Mas há limites, especialmente quando envolve nosso bem mais precioso: a vida. Tome cuidado e observe as questões interiores e o que te motiva a querer alterar seu corpo. A partir de um certo ponto, é melhor trabalhar a aceitação e autoestima do que arriscar a vida e contrariar sua própria natureza. Muitas cirurgias plásticas interferem na programação cármica sim e trazem consequências.
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