Coronavírus e Hipótese de Gaia: a Terra está se defendendo de nós?
Não é só do ponto de vista espiritual que temos a sensação de que o coronavírus é uma revanche da Terra, uma reação do planeta após tantas agressões.
Na década de 70, o cientista inglês James Lovelock criou uma teoria ecológica chamada Hipótese de Gaia, que nos permite interpretar o coronavírus como um elemento que surgiu para favorecer a restauração de um sistema em desequilíbrio. O vírus seria parte do sistema de defesa do planeta. Como a Terra está sendo atacada, ela enviou soldados invisíveis para enfrentar seus inimigos.
Será que a Terra está se defendendo de nós?
“Às vezes pode fazer bem ficar doente”
A Hipótese de Gaia
A ecologia é a especialidade da biologia que estuda o meio ambiente e os seres que vivem nele. Foi dentro dessa área da ciência que nasceu a Hipótese de Gaia. Essa teoria estabelece que a Terra é um imenso organismo vivo, pois toda a biosfera do planeta está intimamente ligada com os componentes físicos que nela existem, formando um sistema que age e reage para manter a estabilidade das condições do meio. Quando algo não vai bem, Gaia tenta neutralizar o que está errado para restabelecer o equilíbrio e manter condições adequadas para sustentar a vida. A vida do todo, não a nossa.
Originalmente proposta como “Hipótese de resposta da Terra”, a teoria foi renomeada como Hipótese de Gaia em referência à personagem da mitologia grega que personificava a Terra: Gaia. Deusa da Terra, Mãe geradora de todos os deuses e criadora do planeta, Gaia é também conhecida por Geia, Gaea ou Gê. Nascida do Caos, foi a ordenadora do Cosmos, acabando com a desordem em que aquele se encontrava. Gaia criou a harmonia.
“Deus perdoa. A natureza, nunca”
Gaia não aceita o desequilíbrio, Gaia não gosta de injustiça. Ela reage.
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Quando tudo começou
Primeiro éramos caçadores coletores. Nômades, andávamos em pequenos bandos e retirávamos da natureza somente aquilo que precisávamos para sobreviver: frutos, grãos, vegetais e carne. Até que resolvemos assentar e nos tornamos sedentários. Inventamos a agricultura e se deslocar de um lado para o outro perdeu o sentido. Estabelecemos moradia fixa e logo apareceram as primeiras cidades. A produção começou a gerar excedentes, que começaram a ser armazenados para épocas mais frias ou de estiagem. Então começamos a ter que proteger esse estoque de animais e inimigos. Pronto. Aí nasceu o sistema social de líderes, poder e coerção.
Crescemos devagar. Foram séculos e séculos em que a Terra era quase vazia e o progresso era muito lento. Então, após a Revolução Industrial nós nos multiplicamos tanto que a Terra já não suporta mais tanta gente, ela não tem recursos para todos. Nosso desenvolvimento nos fez invadir os limites da natureza e entrar cada vez mais “dentro” dela, impondo as nossas condições, nossas regras, nossos interesses.
Quanto mais prósperos nos tornamos, mais o capital orienta nossos valores e direciona nossa sociedade. As pessoas têm que comprar coisas, “ter coisas”, para que a economia se sustente e a sociedade continue. Precisamos ter os modelos mais atualizados dos dispositivos, uma infinidade de roupas, joias, acessórios e toda uma parafernália inútil que só existe para nos separar em castas e dar a falsa sensação de dignidade para quem não consegue encarar o vazio existencial inerente à vida humana. Não nos importamos com o custo dos alimentos que colocamos na mesa: nossa carne, por exemplo, tem um custo ambiental inaceitável. Nosso leite, nossas plantações de soja e milho também têm um impacto ambiental devastador. Aliás, devastar é a nossa especialidade…
Nossas indústrias poluem. Acabamos com florestas porque precisamos da madeira e do espaço que elas deixam. Nossas casas precisam de móveis, nossas roupas de viscose, nossas construções de matéria-prima, nossa monocultura de plantações e nossos bois de espaço. E tudo isso também consome muita, mas muita água. E todo o lixo que é gerado vai para nossas águas e para o nosso ar. Nós bebemos e respiramos nosso lixo.
A isso tudo chamamos civilização, desenvolvimento, economia e lucro. A natureza chama de morte.
Bill Gates sabia de tudo
A palestra de 2015 de Bill Gates, um dos homens mais ricos do mundo, viralizou após o início da pandemia de coronavírus. Ele já sabia que o que poderia acabar com a vida na Terra era uma pandemia, ele sabia que era iminente uma ameaça mundial deste gênero. Ele foi tão preciso em suas afirmações, que em um mundo de ignorantes como o nosso o resultado só podia ser as mais absurdas teorias da conspiração. Dizem que ele é o responsável pelo coronavírus, que ele já tinha a vacina desenvolvida e soltou a doença no mundo para vender a cura.
É como se ele tivesse feito uma previsão tão impensável, uma revelação tão incrível e fantástica que não poderia ocorrer naturalmente. Ele é algum tipo de gênio? Da informática, talvez. Mas não é preciso ter mais que alguns poucos neurônios para perceber que o nosso estilo de vida é uma ameaça para nós. Seres humanos e natureza são parte de um mesmo sistema: o sistema ecológico. E um dos conceitos mais importantes na ecologia é a resiliência dos sistemas, ou seja, a capacidade que eles têm de se adaptar a crises ou mudanças. Não somos o sistema, somos uma parte dele. E não estamos no comando como pensamos. Nosso limite é a natureza e é ela quem manda na Terra.
“Quem acredita na possibilidade do crescimento infinito num mundo finito ou é louco ou é economista”
Se nós não pararmos, seremos parados. Bill já nos avisou: se não fizermos nada, pandemias piores virão.
O coronavírus veio equilibrar a Terra
Se o problema da Terra é ter gente demais nela, uma pandemia é uma resposta perfeita para esse problema. Todos sustentamos essa sociedade destrutiva, portanto somos todos alvos desse ajuste. O vírus não poupou nenhum continente, nenhum país, e rapidamente se espalhou pelo mundo. Ele não tem nenhum preconceito quanto à raça, credo, idade, gênero, classe social ou orientação sexual. Se você é humano, você está na mira. E assim vemos o número de vítimas aumentar rapidamente. Mesmo em quarentena, nossos mortos são muitos.
A teoria de Gaia indica que o coronavírus é um elemento que surgiu para promover a restauração de um sistema que estava degradado. Interferimos tanto no meio ambiente a vida em geral está comprometida. A população humana estaria sendo reduzida para diminuir a pressão por recursos naturais e cessar a destruição do planeta. E faz sentido que a transmissão tenha começado entre as classes mais altas: quem viaja pelo mundo é o melhor tipo de transmissor que existe.
Para nossa sorte, Gaia não pesou a mão dessa vez. Esse é só um aviso. Ainda podemos aprender sobre resiliência, sustentabilidade e equilíbrio com a natureza. Então pandemias como essa do coronavírus não serão mais uma ameaça para nós. Basta deixarmos de ser nós mesmos uma ameaça para o planeta.
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