A relação entre estupro e o espiritismo e a noção de livre arbítrio
O estupro é um dos crimes mais bárbaros da humanidade, utilizado não só como meio de forçar a vítima a um ato sexual não consentido, mas também como arma em guerras ao longo da história, ferramenta de opressão de um sexo sob outro e ameaça em situações específicas. Iremos agora analisar a relação entre estupro e o espiritismo e como isso se relaciona com a noção de livre arbítrio do ser humano.
Basta ligar a TV ou abrir um portal de notícias na internet para se deparar com notícias, quase diárias, de pessoas – em sua grande maioria, mulheres – que sofreram agressão sexual. Recentemente uma adolescente de 12 anos foi vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro, um ano depois de um estupro coletivo contra uma adolescente de 16 anos acontecer na mesma cidade.
O que nos vem à mente ao encarar esses fatos é que o não há mais como ter fé na humanidade e o mundo está perdido. O estupro e o espiritismo são temas debatidos pela religião espirita no contexto do livre arbítrio e demais conceitos da fundamentais da Doutrina na Terra.
Estupro no Código Penal Brasileiro
É importante, primeiramente, saber o que diz o Código Penal Brasileiro sobre o estupro. O artigo 213 entende o crime como:
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.
A pena para o crime é reclusão de seis a 10 anos, aumentando para oito a 12 anos se a vítima for menor de 18 anos e se a vítima sofrer de lesão corporal de natureza grave. Se houver morte, a reclusão é de 12 a 30 anos.
Ninguém, sob nenhuma circunstância, nasce predestinado a ser estuprado. Não é essa a relação entre estupro e o espiritismo, e seria uma hipocrisia acusar a própria vítima do sofrimento que lhe foi tangido. O Deus punitivo, que castiga aqueles que, em outra vida, é uma herança da Idade Média que não cabe mais. Deus é amor infinito, e nenhum ato perverso é planejado pela espiritualidade superior como forma de punir ou ensinar.
Se nenhum de nós é culpado pela violência que sofre, o que explica o estupro e o espiritismo? Nossas vidas passadas deixam marcas, impressas como núcleos energéticos, que irradiam constantemente do nosso interior para o exterior. As ligações espirituais se formam no campo das vibrações, e existem ligações positivas, de amor e fraternidade, e negativas, de ódio e aversão, que podem atravessar existências e manter os indivíduos ligados a diversos outros indivíduos.
Livre Arbítrio: Espiritismo não interfere com Liberdade do Ser Humano
Novamente, nenhum indivíduo vem ao mundo para morrer, ser estuprado ou cometer suicídio, mas o livre arbítrio, um dos princípios fundamentais do espiritismo e da palavra de Deus, pregam a liberdade de agir como traço caracterizados da existência espiritual. A Lei Divina preza pelo direito de fazer ou não aquilo que os desejos e aspirações pregam, sejam esses atos contrários ou não às leis divinas e humanas.
Assim, se um indivíduo cuja ligação espiritual com outra pessoa é negativa decidir exercer seu livre arbítrio da forma mais primitiva e terrível que se possa existir – invadindo o corpo e a sexualidade -, isso será uma decisão exclusivamente sua, seja qual for a motivação – desejo, ódio, necessidade de dominação.
O sexo consentido é uma manifestação dos nobres sentimentos do amor, e o corpo é o santuário da individualidade física e psicológica. O sexo é o canal genésico-psíquico de transmissão das energias criadoras e equilibradoras do ser. Quem é estuprado sofre de tamanho trauma que pode ter dificuldades para se relacionar sexualmente com outra pessoa, sofrimento que pode levar anos e ficará marcado para sempre.
O estupro e o espiritismo não falam sobre a lei de “olho por olho, dente por dente”. Logo, quem sofre um estupro não estava predisposto a isso por erros de outra vida, assim como quem pratica não deverá ser estuprado como punição.
Mas os atos positivos e negativos de cada indivíduo ficam marcados, e aqueles que praticam o mal deverão lidar com as consequências. É isso que o livre arbítrio prega: cada um tem a liberdade de fazer o que deseja, desde que saiba arcar com as consequências, terrenas e divinas, de seus atos. O sofrimento imposto a outro ser humano não passa impune.
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