Entenda o sofrimento segundo o Espiritismo
Cada um de nós, seres humanos, vive um tipo de sofrimento, que pode ocorrer em qualquer setor de nossa vida. É comum assim nos perguntarmos por que as coisas não estão indo bem, porque ‘tudo dá errado’. O Espiritismo tem uma forma de ver isso e traz respostas para diversos dos questionamentos de nossa mente.
O sofrimento segundo Espiritismo
Para mostrarmos como o Espiritismo responde a algumas das clássicas perguntas que nos fazemos quando temos um sofrimento, abaixo colocamos estes questionamentos junto das devidas respostas:
Pergunta: Por que as coisas não dão certo para mim se eu não prejudico ninguém? Por que tantos de meus sonhos são frustrados?
Resposta do Espiritismo: Muitos de nós somos criaturas encarnadas. É comum passarmos por situações que julgamos que não merecemos, mas há uma explicação de acordo com “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo “Justiça das Aflições”. Nesta passagem Allan Kardec diz:
“Por que para uns nada dá certo, enquanto para outros tudo parece sorrir? E o que ainda fica mais difícil de entender é ver os bens e os males tão desigualmente divididos entre viciosos e virtuosos e ver os bons sofrerem ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e proporcionar paciência, mas não explica estas desigualdades, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que se admita a existência de Deus, só se pode concebê-lo em suas perfeições infinitas. (…) Se Deus é soberanamente bom e justo, não pode agir por capricho nem com parcialidade. As contrariedades da vida têm, pois, uma causa e, uma vez que Deus é justo, essa causa deve ser justa. Eis do que cada um deve se convencer: Deus, pelos ensinamentos de Jesus, colocou os homens no caminho da compreensão dessa causa, e hoje considera-os suficientemente maduros para compreendê-la. Eis porque a revela inteiramente pelo Espiritismo, ou seja, pela voz dos Espíritos. As contrariedades da vida são de duas espécies, ou, pode-se dizer, de duas origens bem diferentes, as quais é muito importante distinguir: umas têm sua causa na vida presente, outras, não nesta vida. (…) O homem não deve se esquecer nunca de que está num mundo inferior, ao qual está preso devido às suas imperfeições. A cada contrariedade ou sofrimento da vida, deve dizer de si para si mesmo que, se estivesse num mundo mais avançado, isso não aconteceria e que depende dele não retornar a este mundo, trabalhando por sua melhoria”. (O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec [1864])
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Pergunta: Por que o mundo é tão desigual e alguns nascem com tanto luxo e poder enquanto outros vivem em extrema pobreza?
Reposta: Para esta questão a respeito do sofrimento de uns em detrimento da riqueza de outros, Kardec também traz explicações ao ser respondido pelos mentores ao fazer a mesma pergunta. A resposta é encontrada na questão 814 de “O Livro dos Espíritos”.
Os mentores respondem que estas diferenças existem para provar a cada um de nós de maneira diferente. A prova da riqueza, por exemplo, deverá levar a pessoa a se testar quanto à tentação de acabar se perdendo em excessos, à tentação uma ambição desmedida, da ilusão de ser a detentora do poder. A pessoa é colocada à prova de fazer um bom uso dos recursos que lhe foram concedidos para ajudar aos menos favorecidos, ao invés de se limitar ao benefício próprio.
Já a prova da pobreza é capaz de testar o indivíduo para que demostre sua capacidade de trabalhar de forma árdua e honesta, sem que se revolte contra Deus, e se que se perca em reclamações infrutíferas. Além disso, não são raras as demonstrações de solidariedade entre iguais, entre aqueles que sabem o que é sofrer necessidade. Desta forma, com as diferenças do mundo, para cada espírito uma aula é dada, conforme o que precisa para seu aprendizado pessoal.
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Pergunta: Por que há pessoas que herdam os melhores dotes físicos enquanto outras lidam com diversos complexos?
Resposta: Precisamos em tudo compreender que a Bondade Divina atua a favor de nós mesmos. Isso acontece tanto na beleza como na feiura, que promovem provações diferentes aos espíritos envolvidos, enquanto passam pelas aprendizagens.
Uma beleza estonteante colocará o ser diante de frivolidades dos mais diversos tipos, além de atrair muitas vezes falsas amizades. Por isso, não é difícil se encontrar pessoas consideradas belas que se queixam de solidão. Esta prova de beleza física acaba por desafiar o indivíduo a não cair na ilusão com a matéria e ir atrás dos verdadeiros valores morais.
Já a prova da feiura traz motivação para que o indivíduo busque qualidades morais que possam substituir seu aspecto, e o coloca face a face com o preconceito e com a rejeição, para que assim adquira a força da superação.
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