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As 4 nobres verdades e a mudança radical de postura perante a vida


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Guta Monteiro
Por Guta Monteiro
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O budismo é uma filosofia oriental, muito difundida no ocidente com milhares de praticantes em todo mundo, totalizando cerca de 400 milhões de adeptos. A filosofia budista é fundamentada nos ensinamentos de Buda, o príncipe Siddhartha Gautama, que ensinou que o caminho para a libertação está na própria consciência do ser, podendo ser acessada por práticas como a meditação. A consciência física e espiritual leva à iluminação e elevação, um estado chamado de nirvana, o plano mais alto de consciência onde o ser está livre da dor do mundo físico e conectado com sua essência espiritual. O budismo também acredita que todos os seres possuem encarnações e reencarnações, inclusive os animais e plantas e este ciclo de reencarnação é chamado de Samsara.

A palavra “buda” significa aquele que despertou do sono da ignorância, aquele que se iluminou e o budismo começa com a peregrinação de Sidarta em busca de sua iluminação. Ele era um príncipe que viveu na Índia, aproximadamente entre 563 e 483 a.C., em uma região que hoje pertence ao Nepal. O pai do príncipe Siddhartha, Mayadevi, o educou para ser um grande guerreiro, cercado de luxos e prazeres em um enorme palácio, maneira que Buda viveu até os 29 anos isolado do mundo e sem conhecer a velhice, a doença, nem a morte.

Até que, curioso para conhecer o mundo além dos portões do palácio, o príncipe decide sair escondido para verificar por si mesmo o que existia lá fora e este foi o começo de tudo: Siddhartha se depara com o sofrimento, miséria, doença, velhice e a morte, que espantam seus sentidos e calam e seu coração. Nessa época a vida na Índia era difícil, os habitantes eram numerosos, o alimento escasso e a divisão dos bens desigual, ideias que jamais haviam chegado ao conhecimento de Siddhartha, causando no príncipe um choque profundo.

Então ele resolveu isolar-se de tudo, abandonando a riqueza, o palácio e a família, a fim de encontrar uma maneira que pudesse amenizar as mazelas humanas e revelar as verdades superiores. Ele inicia então uma peregrinação, que termina com sua iluminação após um longo período de meditação sob uma figueira.

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O que são as 4 nobres verdades?

Acima, vimos um breve resumo sobre os preceitos budistas e o caminho percorrido por Buda até sua iluminação, mas o foco deste artigo não é histórico. O tema que vamos tratar é ligado às 4 verdades que Buda proclama quando entra em contato com a miséria humana e se ilumina, verdades essas que são profundamente transformadoras, dizem muito sobre a natureza humana e que podem ser aplicadas em nossas vidas nos dias de hoje.

As Quatro Nobres Verdades aparecem diversas vezes ao longo dos mais antigos textos budistas e são os elementos centrais da doutrina budista, parte dos diversos conhecimentos que Siddhartha adquiriu ao alcançar a iluminação. São conceitos que, que quando não observados com o devido cuidado, nos mantém presos à Roda de Samsara, ou o interminável ciclo da reencarnação; são a conclusão de seu entendimento sobre a natureza do “sofrimento”, sobre a causa fundamental do sofrimento, sobre o fim do sofrimento e sobre o esforço que podemos fazer para alcançar a felicidade.

“As Quatro Nobres Verdades, monges, são reais, infalíveis, e não o contrário. Portanto, elas são chamadas de nobres verdades. São benéficas, porque pertencem aos fundamentos da vida santa, que conduz ao desencantamento, a dissipação, a cessação do sofrimento, à paz, ao conhecimento direto, à iluminação, ao Nirvana. É por isso que eu as declarei”
Buda

Entender e internalizar as 4 nobres verdades pode nos colocar rumo à iluminação, à expansão da consciência, acabar com o sofrimento e permitir que possamos viver em um estado pleno de liberdade, satisfação e plenitude. Aplicar corretamente as quatro nobres verdades do budismo nos permite alcançar a paz integral do ser.


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As verdades e a iluminação

Os ensinamentos de Buda se resumem em 3 constatações sobre a vida, sendo que a 4 é na verdade quase uma receita de bolo para direcionar a vida, iluminar a consciência e acabar com o sofrimento que nos acompanha. São afirmações simples, mas profundamente transformadoras, propondo uma forma de encarar a vida que, dentre todas as doutrinas, de fato é que mais se aproxima do que conhecemos por expansão da consciência.

“Um homem disse a Buda: Eu QUERO felicidade. Buda respondeu: Primeiro retire o EU, que é seu ego! Depois retire QUERO, que é seu desejo! Pronto, agora você é deixado com a felicidade”
Zen Pencils

Vamos aprender a evitar esse sofrimento e viver em harmonia com todos os seres?

O sofrimento existe

Quando saiu do palácio onde estava afastado da realidade mundana, Buda se deparou com o sofrimento. A velhice, a doença, a pobreza e a morte são pilares do funcionamento da vida, responsáveis por boa parte do sofrimento que encontramos no mundo. Escondê-lo ou negá-lo não nos ajuda em nada. Ao contrário, devemos reconhecer esses aspectos da vida para conseguir lidar melhor com eles e com nossas emoções.

Um amor perdido, o materialismo exacerbado, problemas nas relações sociais, desarmonia com os desejos, com a natureza, uma doença, perdas, frustrações… Esses são alguns exemplos de situações que ajudam a desestabilizar nossa mente e nosso espírito, especialmente quando a mente não conhece sua realidade espiritual e se limita a pensar que a única realidade que existe é essa que podemos enxergar.

Como somos muito vulneráveis, nunca conseguimos determinar com certeza quando uma experiência vai ser boa ou ruim, o que gera muita ansiedade. E quando passamos por uma situação negativa e complicada, dificilmente temos a capacidade de enxergar o que há de bom por trás dos conflitos e não conseguimos nos desprender das amarguras, da angústia, da frustração e da revolta.

O que Buda nos ensina com essa nobre verdade é que tudo é impermanente em nossa realidade e, por isso, quase tudo gera sofrimento e insatisfação. O sofrimento faz parte da vida. Quando depositamos no mundo e em seus aspectos transitórios a nossa felicidade, estamos fadados a encontrar o sofrimento pelo nosso caminho. Tentar controlar tudo à nossa volta é exaustivo e ineficaz, enquanto que quando percebemos que sim, o sofrimento existe e que a nossa felicidade depende de nós, vivemos de forma mais plena. É muito simples: não podemos controlar o que nos acontece, mas podemos decidir como reagimos em relação aquilo que a vida nos proporciona.

“Concedei-nos Senhor, serenidade necessária, para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguirmos umas das outras”
Reinhold Niebuhr

A causa do sofrimento é o desejo e a ignorância da natureza espiritual

Uma vez que percebemos o sofrimento como parte da vida, quando entendemos que até mesmo o que consideramos mau age também para o bem, podemos evitar que nos apeguemos ao sofrimento. Neste sentido, Buda nos ensina que conhecer então nossa natureza espiritual é o segredo para que possamos exercer o desapego com aquilo que desejamos e que não é possível controlar, gerando, assim, desgosto. Quando entendemos que essa realidade não é a única que existe, conseguimos transcender a vida e suas amarguras, nos elevando a um patamar de desapego profundo, com uma postura de aceitação perante tudo que nos acontece. Assim, o desapego e a aceitação são as chaves para terminar com o sofrimento, uma mera ilusão da experiência encarnatória que estamos vivenciando.

Quanto mais desejamos o que a vida oferece e que é transitório, ilusório, mais sofremos. Uma maneira fácil de pensar nisso é nos imaginar carregando uma mochila e enchendo-a de pedras, onde cada pedra representa algo que desejamos. Quanto mais nos apegamos aos desejos, maior se torna o peso que carregamos e mais tortuoso fica nosso caminhar. Em contrapartida, quanto mais diminuímos nossas expectativas e nosso desejo e priorizamos aquilo que está mais próximo do universo espiritual, mais leves as nossas mochilas se tornam e mais fácil fica a nossa jornada.
Porém, não podemos esquecer da primeira nobre verdade: o sofrimento existe e não há nada que possamos fazer para mudar isso, pois este é o mecanismo da vida na matéria. Porém, o segredo está em compreender que o sofrimento existe e juntar essa percepção com a diminuição dos desejos. Aceite o sofrimento e aprenda com ele. Essa união é, certamente, a chave para eliminar a dor em nossas vidas, mas não o sofrimento da vida.

  • Esse sofrimento pode ter um fim

    Com a 3 nobre verdade, constatamos que o nosso sofrimento pode ter um fim, quando eliminamos o motivo da insatisfação. Nesse momento, percebemos que nem os bens materiais, as pessoas ou as experiências condicionadas podem trazer a felicidade que buscamos. Assim, podemos reconhecer a verdadeira natureza que existe por trás das coisas e, consequentemente, de nós mesmos, já que não somos independentes delas. Como consequência, alcançamos a lucidez e desistimos de buscar a perfeição, que só tende a prejudicar e degradar o ser humano, pois tudo o que é construído, como o sofrimento, pode então ser desfeito, desconstruído.

    Nos livrar das pedras e entender que elas não são responsáveis por nos trazer felicidade é dar um fim às amarguras. Buda propõe que tentemos eliminar tudo de nossas vidas, exceto os itens essenciais como comida, roupas, remédios e moradia. Buda treinou a si mesmo e seus monásticos para utilizar esses itens com habilidade e sabedoria, ao invés de renunciá-los completamente: eles só comiam alimentos doados, eliminando assim o desejo ou aversões por determinados alimentos, atendendo às necessidades nutricionais do corpo sem alimentar desejos que geram frustrações. Não almejavam viver em grandes palácios, valorizando apenas o fato de terem um abrigo acima de suas cabeças. Abriram mão dos bens materiais, pois sabiam que, cedo ou tarde iriam perdê-los.

“Sem paz interior, sem calma interior, é difícil encontrar uma paz duradoura”
Dalai Lama

O caminho óctuplo e o fim do desejo

Para que seja possível eliminar o desejo, Buda reuniu 8 princípios que devem orientar a vida de quem deseja ascender, acabar com seu sofrimento através da minimização dos desejos e se colocar rumo à iluminação. É quase uma receita de bolo que devemos incorporar e manifestar a cada momento enquanto nos movemos pelo mundo, para uma vida mais saudável, feliz e lúcida:
1. Visão correta
Compreensão das nobres verdades para que seja possível enxergar o mundo como ele realmente é, livre das expectativas e idealizações que criamos.

2. Intenção correta
Permear as nossas ações pelo bem, comprometidos com a moralidade e o comportamento ético em nossas relações com os outros. Nunca agir com má vontade e jamais causar o mal, nem mesmo em pensamento.

3. Fala correta
Devemos nos abster de uma fala que seja falsa ou divisiva, trabalhando constantemente para usar palavras para melhorar a vida de nós mesmos e dos outros. Manter a coerência entre nossas ações e nosso discurso é essencial para nós mesmos e para o convívio social.

4. Ação correta
Devemos nos abster de causar dano a nós mesmos e a outros seres. Preservar e valorizar não só a nossas vida, como a de todos os seres.

5. Meio de vida correto
Tirar o sustento de atividades que não causem danos a nós mesmos ou a outros seres. Dedicar nossa vida e nos sustentar através do sofrimento de outros é impensável: rede de escravos, prostituição, açougue ou abate de animais, tráfico de drogas e outras atividades lícitas ou ilícitas que impactam diretamente na vida de terceiros devem ser totalmente excluídas de nosso horizonte.

6. Esforço correto
Devemos nos abster de ceder a estados mentais insalubres (por exemplo, ganância, raiva e ignorância) enquanto trabalhamos simultaneamente para despertar estados mentais saudáveis, ​​como gratidão, fé, compaixão e empatia.

7. Consciência correta
Manter a mente sã através da prática da meditação, para nos libertarmos de impulsos mentais negativos e desenvolver consciência do corpo, da fala e da mente.

8. Atenção correta
Buscar aprender sobre a natureza da realidade contemplando nossos corpos, pensamentos, emoções e o mundo que nos rodeia, promovendo a estabilidade e foco mental.

Se observarmos cada uma das recomendações do caminho óctuplo, certamente faremos um bem enorme para nós mesmos e também para aqueles que estão ao nosso redor. E com certeza vamos nos Aproximar mais a cada dia dos valores espirituais do universo cósmico que nos deu origem, fazendo de nossa jornada um aprendizado constante, feliz e que justifica a oportunidade que a encarnação atual está nos oferecendo.

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