Você sofre de Síndrome de Burnout?
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
A Síndrome de Burnout (do inglês, esgotamento) ou Síndrome do esgotamento profissional é um distúrbio psíquico caracterizado por um estado de tensão emocional e estresse crônico, provocado pela sobrecarga de trabalho, ou seja, exaustão psíquica e física ligada ao trabalho.
Quais são os sintomas?
- Cansaço mental e físico constantes;
- Insônia;
- Dificuldade de concentração, lapsos de memória;
- Perda de apetite;
- Irritabilidade e agressividade;
- Isolamento social;
- Baixa autoestima, negatividade constante, sentimento de derrota, fracasso;
- Tristeza excessiva e alternância de humor, crises de choro, angústia;
- Dores de cabeça e no corpo;
- Pressão arterial alta.
Por que a Síndrome de Burnout afeta mais as mulheres?
Tenho observado em meu consultório, um aumento expressivo de pacientes com esgotamento profissional, sobretudo, nas mulheres. Acredito que a pandemia de covid-19 colaborou (e muito) no aumento significativo desse distúrbio psíquico pela sobrecarga de trabalho provada pela rotina do Home Office imposto pelo isolamento social dessa pandemia.
As mulheres, além de suas atividades profissionais, têm que cuidar também das tarefas domésticas (cuidar da casa, das crianças e até mesmo do marido). Antes da pandemia, as crianças iam nas escolas, mas, com o isolamento social, com o Home Office, filhos e maridos, todos em casa, em tempo integral, sobrecarregaram as mulheres e aumentaram também os conflitos domésticos.
Há profissões de risco mais propensos ao esgotamento físico e emocional
Todas as profissões podem desencadear a Síndrome de Burnout, porém, há profissões de risco, mais propensos ao esgotamento físico e emocional, como os profissionais de saúde (médicos, enfermeiras, auxiliar de enfermagem, fisioterapeutas, cuidadores) professores, jornalistas, atendentes de telemarketing, bancários, policiais, seguranças.
Com a Síndrome de Burnout, muitos também desenvolvem o transtorno do pânico
É comum observar, que muitos pacientes com a Síndrome de Burnout desenvolvem também o transtorno do pânico. São doenças da modernidade, ocasionadas por pressões, cobranças por resultados, eficácia, preservação de empregos, competitividade, inerentes do mercado de trabalho, que funcionam como “gatilhos disparadores” e acabam desencadeando nos pacientes seus traumas psíquicos, que estavam reprimidos em seu inconsciente, oriundos de seu passado (desta ou de outras vidas).
Paciente que sofria de Síndrome de Burnout e transtorno do pânico
É o caso de um homem de 65 anos, casado, dois filhos. Ele era representante comercial de uma indústria farmacêutica. Além da cobrança excessiva da chefia, ele trabalhava 12 horas por dia. Além da Síndrome de Burnout, onde sentia cansaço mental e físico constantes, insônia, dificuldade de concentração, irritabilidade e agressividade, dores de cabeça e no corpo, o paciente começou a ter também crises de pânico (sudorese, taquicardia, falta de ar). Achou que ia morrer, que ia ter um infarte, porque sentia dor no peito.
Quando começaram a Síndrome de Burnout e o transtorno do pânico?
Tudo começou, quando pediu carona para o motorista da Van da indústria farmacêutica que ele trabalhava. Seu carro estava em revisão na concessionária. O motorista transportava os funcionários da indústria e entregava também os remédios nas farmácias. Pediu carona porque tinha uma reunião importante em São Paulo, na capital (ele morava no interior de São Paulo).
Ele foi de carona no porta-mala de uma Van
O motorista lhe disse que não podia levá-lo, pois os assentos do carro já estavam todos ocupados. Por isso, poderia ser multado na rodovia pela Polícia Rodoviária. Mas, como o paciente insistia, ele lhe disse: – Se você não se importar, pode ir no porta-mala da Van. Resolveu aceitar.
No porta-mala teve os sintomas de Burnout e o transtorno de pânico
Mas, dentro, havia vários caixotes de remédios; por isso, sentiu muito desconforto, aperto, além de estar escuro, e, fazia muito calor, pois era verão. No meio do caminho, o paciente começou a passar mal, teve os primeiros sintomas do Burnout, ou seja, cansaço físico e mental, dores de cabeça e no corpo, crises de choro e angústia e a sua primeira crise de pânico, sentindo sudorese, calafrios, tontura, falta de ar, taquicardia, achou que ia morrer de infarto, pois sentia dor no peito.
Angustiado e desesperado, começou a esmurrar dentro do porta-mala. O motorista parou no acostamento da rodovia e ao abrir o porta-mala, o paciente estava pálido e suando muito. Ele lhe perguntou se queria que o levasse no pronto-socorro. Disse-lhe que não, que não iria mais continuar a viagem, que voltaria para sua casa.
Médico o diagnosticou como tendo Síndrome do Burnout e Transtorno de Pânico
Atravessou do outro lado da rodovia, sentido oposto, e pegou um ônibus de volta. Foi no pronto-socorro e o médico o diagnosticou como tendo Burnout e transtorno de pânico. Apesar de tomar ansiolítico e antidepressivo, teve sucessivas crises de pânico. Por isso, veio ao meu consultório, acompanhado de seu filho, como motorista, pois tinha medo de dirigir e ter uma crise de pânico.
Na 1ª sessão de regressão, ele me disse que estava deitado num lugar almofadado, bem estreito, muito calor e abafado, escuro, não conseguia respirar. Sentia também uma forte dor no peito (gritava e chorava).
Terapeuta: – Vou contar de 3 a 1 e você vai voltar antes dessa cena para saber o que aconteceu para estar deitado nesse lugar estreito e abafado?
Paciente: – Meu Deus! Tive um infarto… É uma vida passada… Vejo-me dentro de um caixão, sendo velado… Agora, estou sendo enterrado e, dentro do caixão, o meu coração voltou a bater. Não consigo respirar! (fala ofegante). Me tira daqui! Socorro! (grita ofegante, chorando muito).
Terapeuta: – Acalme-se! Respira fundo, tente se acalmar! (pausa).
Paciente: – Após se acalmar, ele me indagou: – Dr. Osvaldo, por que depois de velho, aos 65 anos, tive a Síndrome de Burnout e o transtorno de pânico?
O porta-mala da Van foi um gatilho disparador de seu trauma psíquico
Terapeuta: – Na verdade, você poderia ter esses dois distúrbios psicológicos em outro momento de sua vida. O que desencadeou esses dois transtornos psicológicos foi a experiência dolorosa que você teve dentro daquele porta-mala, pois era um lugar similar ao caixão, onde você morreu por asfixia naquela vida passada. O porta-mala, portanto, foi um gatilho que desencadeou a sua experiência traumática da forma como você morreu naquela vida passada.
Conclusão:
Na sessão seguinte, o paciente, desta vez, veio ao meu consultório dirigindo o seu carro, sem o seu filho. Disse-me que depois da sessão anterior, não sentia mais cansaço mental e físico, crises de choro, angústia e nem insônia, ou seja, os sintomas de Burnout, e não teve mais as crises de pânico, tanto que voltou a dirigir.
Depois de 8 meses, após o término da terapia, ele me encaminhou um e-mail dizendo que estava bem, que voltou ao normal a sua rotina de vida.
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