Não acredite na gente!

Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.

Quero vir hoje fazer uma reflexão diferente com você. Como todos sabem, sou Mago e a maioria das pessoas que assim se identificam usam o discurso “acredite na gente”, geralmente seguido por alguma tese paranormal, metafísica ou que exija uma mudança de vida enorme em rumo a alguma coisa que foge da realidade. Venho, no entanto, trazer um contraponto a você:
Estamos sem sombra de dúvidas, na melhor época para o esoterismo, misticismo e a religião. Isso porque estamos na pior época para o ser humano em si: nunca tivemos tantos casos de corrupção política descoberta, as multimilionárias empresas nunca estiveram tão multimilionárias e, em particular no Brasil, nunca estivemos com tanta gente passando fome nas últimas décadas. Isso não é opinião minha; em 2020, o Brasil registrou 55,2% da população convivendo com a insegurança alimentar, segundo pesquisa da Rede Penssan.

Metade do Brasil não sabe se vai conseguir se alimentar e 35% do Brasil realmente tem problemas com a compra dos alimentos. Isso em 2020, imagina agora com essa alavancada dos preços dos alimentos.

Olhando para esse cenário, fica fácil de imaginar a primeira medida desesperada de todos: já que não consigo fazer algo por mim sozinho, vou recorrer a algo que me dê esperanças, que dê uma espécie de “hack” na vida para que eu possa, pelo menos, conseguir alguma coisa.

Essa situação é bem típica do brasileiro; nos preocupamos com o “eu” em vez do “nós” e isso acaba, como consequência lógica, fazendo o “nós” cairmos em desgraça. Só que não estamos acostumados a pensar que o “eu” faz parte do “nós” e, com isso, quando o “nós” cai em desgraça… o “eu” também cai.

De qualquer forma, quando isso acontece o que fazemos?

Rezamos. Pedimos a deus. Consultamos os búzios ou o tarot. Vamos ao terreiro.

É aqui que quero chegar.

Eu sou conhecido por tomar atitudes ignorantes quando o assunto é marketing ou vendas. Um exemplo disso é que meus atendimentos são feitos para não fidelizar clientes. Não quero que você, que fez um atendimento comigo, retorne, pois se isso acontecer, significa que falhei. Não estou aqui para brincar: você me dá um problema, eu resolvo, te empodero e você segue sua vida. Não quero te ver novamente. Isso é bem burro, confesso, mas é assim que trabalho.

Visando isso, vou tomar mais uma atitude burra agora e dizer a você que está passando por esse momento de desespero por conta de tudo o que já foi dito:

Se você tem pouco dinheiro, está passando necessidades, está com a corda no pescoço, então não nos procure.

Não procure um místico para resolver suas questões ou te ajudar a “ganhar mais dinheiro”. Não procure um místico para “curar sua doença terminal” ou coisa assim. Guarde esse dinheiro e use ele de uma forma mais inteligente.

Isso não quer dizer, obviamente, que nós não funcionamos ou que nosso trabalho é inútil; quer dizer que você precisa priorizar as coisas e a prioridade tem que ser muito mais objetiva que se agarrar a uma tábua de salvação que pode ser que dê um resultado.

Tá parecendo deprimente? Calma que eu explico melhor

Não existe evolução sem conhecimento, sem aprendizado. Se você procurar um místico para resolver seus problemas financeiros, pode ser que isso aconteça a curto prazo, mas se você não souber fazer isso sozinho, o problema irá retornar e você se tornará escravo de alguma coisa ou de alguém.

Posso apostar que não é isso que você quer.

Digamos que você não tem dinheiro o suficiente para pagar seus boletos. Você me contrata, eu faço uma mandinga aqui e você troca de emprego para um melhor.

Agora a pergunta é: você tem capacidade de manter esse emprego? Mantendo o emprego, você tem capacidade de gerir bem suas finanças para não aumentar ainda mais sua dívida?

Imagina então, você com duas vezes mais contas a pagar, mais boletos e é mandado embora. Agora você tem duas vezes mais problemas, certo?

Pensamento a longo prazo

A grande situação é exatamente esta: não temos pensamento a longo prazo, não conseguimos avaliar as consequências de nossos atos e, por conta disso, sempre tomamos medidas desesperadas. Chamamos a isso, na Magia Hermetista, de “perder a agência da vida”. Nós aceitamos o papel de passividade perante a vida e sempre esperamos algo dar certo, em vez de assumirmos a ação e FAZERMOS a coisa dar certo.

Contratar um místico para este processo é, mais uma vez, assumir a passividade perante a vida e darmos o papel ativo para o místico (para o santo, deus, guias espirituais e toda a sorte de seres metafísicos) para que eles resolvam os nossos problemas.
Pode olhar à sua volta e ver se não é isso que ocorre.

Tentativas

Na medida do possível, eu tento fazer o papel de dar o peixe e ensinar a pescar. Muitas vezes dá para perceber o quão a pessoa está desesperada por alguma migalha para que possa se alimentar e, nestes casos, não dá para entregar uma estratégia a longo prazo: você precisa primeiramente nutrir a mente para depois conseguir usá-la. O que acontece é que não adianta só fazer isso, pois o que vier depois, vai derrubar a pessoa de novo e isso torna você uma grande fonte de renda para nós. Afinal, você sempre voltará, não é mesmo?

Escrevo este texto porque sou uma pessoa que gosta de ir ao mercado fazer compras. Gostava, quero dizer, pois hoje, toda vez que vou ao mercado, fico deprimido por ver os preços como estão e imaginar as pessoas que não conseguem mais comprar alimentos.

Eu não quero ser parte disso, do problema, quero ser parte da solução.

Então, no meu canal do YouTube, tem várias iniciativas gratuitas para te ajudar a pensar a respeito da própria vida e a mudar o que você precisa. No meu site tem várias iniciativas gratuitas de palestras onde você pode aprender a ser uma pessoa diferente e, com isso, ter resultados diferentes em sua vida.

Claro que isso me faz ganhar menos do que poderia ganhar (financeiramente falando), mas vou te dizer uma coisa: eu já entendi que não existe o “eu” sem o “nós”. O que eu posso fazer é ser exemplo e esperar que isso seja bom. Então NÓS estamos juntos e, juntos, vamos mudar essa situação.

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