Naipe de Paus: o Elemento Fogo nas Cartas do Tarot
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A sequência do Naipe de Paus é representada por paus ou bastões. A madeira dos bastões remete ao potencial de ser queimado e transformado, como é próprio ao elemento Fogo – único dos elementos que pode ser manipulado quimicamente e criado, apesar de ser tão difícil de controlar. O Fogo é de caráter Yang e os arcanos desta série revelam o efeito dos trânsitos planetários nas casas astrais de Áries, Leão e Sagitário.
Naipe de Paus e o Elemento Fogo
O Fogo, no mito de Prometeu, foi roubado dos deuses e dado aos homens. Com isso, a humanidade se tornou mais independente. Não por acaso nossa espécie só sobreviveu a partir do domínio do Fogo, que permitiu um avanço na construção de artefatos, preparação de alimentos e proteção térmica para suportar o inverno. Além disso, ao redor do fogo as famílias e primeiras tribos se reuniam e se alimentavam, alimentando também o senso de pertencerem a um núcleo afetivo, no aconchego de sua luz e calor.
O que significa ser tocado pelo Fogo?
O Fogo diz respeito ao Fogo Sagrado, à Fé e ao despertar espiritual. O Fogo governa o espírito criativo, a força de vontade e o poder alquímico da transformação. Por outro lado, também envolve as paixões, incitando nas pessoas entusiasmo ou desejo de agir em favor daquilo que acreditam. A atração física e a sexualidade estão implicadas neste elemento, em sua forma mais instintiva e selvagem.
Outro significado importante na sequência do Fogo é o calor da luta, as forças em oposição, a competitividade – aquela energia que se acumula sob forma de tensão até ser liberada no confronto. O instinto de bater ou correr. Se bem conduzida, essa valência possibilita desenvolvermos estratégias de defesa e ataque, e também cria um meio para cultivar disciplina, tal como vemos nas artes marciais, nos atletas preparando-se para uma competição, nos candidatos a uma vaga em concurso.
A energia do Fogo é essencial para se estabelecer assertividade e, quando necessário, dominância – liderança. Sem o Fogo não há como aprender a dizer “não”, primeiro ato de confronto e discordância. O “não” é essencial para preservarmos nossa integridade mental e física, para pontuarmos nossas premissas numa negociação e, numa última análise, para sobrevivermos.
Ao Fogo também pertence tudo que é relativo a se jogar numa experiência: iniciativa, pioneirismo, atitude, ação, espírito de aventura e enfrentamento de um desafio.
A realidade em Fogo é do imediatismo. Tudo urge por acontecer ou já está acontecendo – o Fogo não tem ontem ou amanhã, pois esse elemento só existe e se manifesta quando em ação.
A trajetória por esse elemento é pura adrenalina. Vai desde a primeira fagulha que incinera o espírito (Ás de Paus) até a exaustão da energia (Dez de Paus) – porque, ao queimar, o Fogo também consome de si mesmo. A evolução ao longo desta sequência promove transformações e deixa um rastro de cinzas – o que era antes já não é mais.
As figuras da corte de Fogo passam impressão de luxo, exuberância. Os bastões que portam, como varinhas mágicas, são instrumentos de poder e magia, que aplicam naturalmente às circunstâncias que vivem e criam. Desses bastões despontam pequenos galhos verdes, sugerindo inspiração, ambição e potencial para desenvolvimento.
Essas figuras catalisam transformações e precipitam novos rumos nos acontecimentos, como expressão de sua vontade. Porém, como é característico do Fogo, há sempre possibilidade do desgaste de si mesmas em seus movimentos e o risco iminente de faltar moderação. Incorporando características de competitividade, em nenhuma dessas figuras há inibição ou medo de confronto.
Aspectos positivos em Fogo: inovação, criatividade, combatividade, paixão, magnetismo, brilho, iniciativa, motivação, coragem, intensidade, vontade.
Aspectos negativos em Fogo: ímpeto, agressividade, violência, reatividade, inconsequência, confronto, dissipação, desordem, destruição.
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