Entenda: os momentos difíceis são chamados para o despertar!
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
A vida é feita de altos e baixos.
Às vezes, mais baixos do que altos, dependendo do carma acumulado. E todos os encarnados estão nesse mesmo barco, embora alguns gostem de exibir apenas as conquistas, passando uma ideia errada de que só existe felicidade e bençãos na vida deles.
“Ostra feliz não produz pérola”
Acredite, todos tem a sua cruz para carregar. É é justamente esse caminho que percorremos carregando a nossa própria cruz, que nos faz crescer espiritualmente. Momentos difíceis são chamados para o despertar! O sofrimento é permitido, mas é essencial usá-lo a seu favor e retirar das dificuldades as lições que você precisa, caso contrário, toda dor será sempre em vão.
Você está no umbral!
Ter consciência de que estamos no umbral dá uma outra perspectiva sobre a vida.
Achar que estamos nesse planeta para sermos felizes e realizados, é um pensamento tão infantil quanto acreditar em papai noel. É também uma visão egoísta, que só leva em consideração os desejos pessoais, e desconsidera a maldade do mundo. Sim, o mundo é mau, embora exista nele muitas almas iluminadas que só sabem fazer o bem. Mas a história humana é pautada em dor, sofrimento, poder e guerras. Basta sair nas ruas, para ver que muita gente não tem sequer o que comer ou um teto para morar. Outros, já nascem fadados a carregar por toda a vida doenças terríveis, que infligem dor e cerceiam a liberdade.
“O sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito”
Olhando para o mundo, como pode alguém pensar que estamos aqui para sermos felizes?
Talvez esse pensamento seja também uma defesa, um bloqueio que essas pessoas criam para pintar um mundo que é cinza de cor-de-rosa. Isso não quer dizer que a felicidade não faça parte da nossa jornada, mas daí a dizer que esse é o objetivo da vida na Terra já é demais. Estamos no umbral, e isso quer dizer muita coisa. A Terra é um planeta de expiação, de aprendizado, não de realizações e amor.
Quem aqui encarna, precisa da dificuldade da vida material desligada da conexão espiritual para crescer. Isso é o que chamamos de trevas: não sabemos de onde viemos e nem para onde vamos. Não temos nenhuma conexão com o divino, então, a matéria e suas ilusões é tudo que nos resta. Vivemos apegados a essas ilusões, movidos pelo dinheiro e pelo ego. Mas pense como tudo seria diferente se todos soubessem da nossa essência espiritual e decidisse viver de acordo com as leis divinas. Para começar, o dinheiro já não teria a menor importância, e ninguém mais mataria para acumular riquezas e poder. O ser teria muito mais importância do que o ter. Os países não precisam de tantas barreiras e leis, pois o mundo foi feito para todos. As culturas conviveriam em paz, pois, saberíamos que todos os caminhos levam a Deus.
Mas, se assim fosse, a Terra deixaria de ser um planeta escola. E é justamente isso que estamos fazendo agora, não é? Através do despertar da consciência, estamos criando um movimento que parte do individual mas que é coletivo, que gera uma energia que faz com que a Terra transite para dimensões mais sutis e deixe de ser um planeta de provas e expiações, para se tornar um lugar de regeneração. Deixaríamos de estar no umbral, para adentrar frequências mais sutis em que a Lei do Amor governa soberana. Não seria mais necessário reencarnar, pois quem vive sobre a Lei do Amor não gera carma, só dharma. Mas ainda estamos no umbral, e as consciências que aqui encarnam não estão evoluídas o suficiente para habitar um planeta de amor. E essa maldade toda que vemos no mundo é fruto da soma da vibração dessas almas.
Então, para começar a compreender o valor das dificuldades e porque elas são tão intensas, é preciso saber que estamos todos no umbral. Ninguém vai para ele após a morte, pois já estamos nele. Até as colônias espirituais que conhecemos através do espiritismo ficam no umbral. São dimensões mais sutis, mais distantes dessas primeiras camadas mais densas, mas ainda assim estão na frequência do umbral. Por isso a vida lá ainda é tão semelhante à vida na Terra, e ainda precisamos de um corpo parecido com o físico. Estar no umbral significa aprendizado, não felicidade eterna.
O aprendizado através da dor
Os momentos difíceis são chamados para o despertar. Nunca duvide disso.
Senão, qual a ideia de deus que poderíamos fazer? Um ser que age de forma aleatória e escolhe uns poucos para abençoar, permitindo que eles vivam o que a vida tem de melhor para oferecer? E pior, seria um deus que premia quase sempre pessoas más, trapaceiras, corruptas, pois, quase sempre quem conquista o que imaginamos ser o melhor da vida, ou seja, dinheiro e bens materiais, o fez passando por cima de outros ou explorando o trabalho dos outros.
Ou você pensa que as grandes mentes por trás das empresas são santas?
Quase todos os ramos de atividade têm uma cadeia escrava ou exploratória por detrás. Qual o sentido de se produzir produtos em Bangladesh? Vietnã? Camboja? Quem você acha que está produzindo isso tudo? Pessoas felizes e bem remuneradas? Não. Claramente não. São as leis fiscais e trabalhistas que atraem as corporações a instalarem neles suas bases de produção. E são essas pessoas junto com os banqueiros e os políticos que estão no topo do mundo, usufruindo de uma vida que parece tão distante dos meros mortais. Até mesmo pessoas que parecem não se envolver com a economia do mundo, como jogadores de futebol super famosos, dão seus pulos para burlar certas leis e conseguir ainda mais dinheiro do que já possuem. E nada parece acontecer a eles.
Deus não protege ninguém, e também não abençoa ninguém, ao menos não como imaginamos. O que recebemos é sempre fruto das nossas ações, e o resultado delas pode vir nessa ou em próximas vidas. E como vamos aprender? Infelizmente o aprendizado através do amor tem pouco efeito. É na dor que crescemos. O universo não premia ou castiga, pois, não funciona através de regras humanas dualistas. E são os momentos difíceis que nos chamam para o despertar, pois, fazem com que a gente desacelere e faça um balanço da vida, fazendo perguntas profundas e muitas vezes difíceis sobre a realidade que mudam os rumos da nossa existência. Eles nos obrigam a focar naquilo que realmente importa, nos colocando em contato com as nossas sombras. E somente quando conhecemos as sombras é que temos a chance de vencê-las.
“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita”
Sem os desafios que você experimentou, sem as crises que você atravessou, sem a dor que você sentiu, não haveria o real entendimento da impermanência das coisas, e de certa forma você ainda acreditaria que o ego era o imperador supremo. A dor expôs as mentiras da supremacia do ego e da ilusão do controle, nos colocando em nosso devido lugar e abrindo os nossos olhos para o perdão, a compaixão e tantas outras virtudes. As lutas nos salvam do “eu”, e trazem a perspectiva do “nós”. Por isso, não há erros ou injustiça. Situações que clamam pelo despertar e pelo amor.
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A Cruz Trocada: o peso da vida nos nossos ombros
Existe uma poesia chamada “A Cruz Trocada”, que nos mostra como muitas vezes reclamos do peso que a vida nos faz nos ombros, mas, basta olhar em volta para ver que nem sempre a nossa cruz é a mais pesada como imaginamos e que os outros também trazem na alma o peso dos próprios problemas. Essa poesia fala sobre uma mulher, que, muito cansada, achou que a sua cruz era mais pesada do que a das pessoas à sua volta, e desejou trocá-la por outra.
Certa vez, uma mulher sonhou que tinha sido levada a um lugar onde havia muitas cruzes, de diversos formatos e tamanhos. Havia uma bem pequena e linda, cravejada de ouro e pedras preciosas. “Ah, esta eu posso carregar facilmente”, pensou ela. Então tomou-a; mas seu corpo frágil estremeceu sob o peso daquela cruz. As pedras e o ouro eram lindos, mas o peso era demais para ela.
A seguir, viu uma bonita cruz, com flores entrelaçadas ao redor de seu tronco e braços. Esta seria a cruz ideal, pensou. Então tomou-a; mas sob as flores haviam espinhos, que lhe feriram os ombros.
Finalmente, mais adiante, viu uma cruz simples, sem joias, sem entalhes, tendo apenas algumas palavras de amor inscritas nela. Pegou-a, e viu que era a melhor de todas, a mais fácil de carregar. E enquanto a contemplava banhada pela luz que vinha do céu, reconheceu que era a sua própria cruz. Ela a havia encontrado de novo, e era a melhor de todas, e a que lhe pareceu bem mais leve.
Deus sabe melhor qual é a cruz que devemos levar.
Nós não sabemos o peso da cruz dos outros. Invejamos uma pessoa que é rica e carrega uma cruz é de ouro e pedras preciosas, mas não sabemos o peso que ela tem. Ali também está outra pessoa cuja vida parece muito agradável. Sua cruz está ornada de flores. Mas a verdade é que se pudéssemos experimentar todas as outras cruzes, especialmente aquelas que julgamos mais leves do que a nossa, descobriríamos que nenhuma delas é tão certa para nós como a nossa.
“Disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me”
A vida do outro que parece tão mais fácil, nem sempre é.
Nunca sabemos o que de fato os outros carregam na alma e onde lhes dói os calos. Principalmente porque o sofrimento é condenado pela sociedade e pelas pessoas, que só querem consumir alegria. Então, a maior parte das pessoas escondem suas dificuldades e o marketing pessoal nunca esteve tão forte nas relações como agora, em tempos de redes sociais. Mas não se iluda. Cada um tem sua cruz e, quanto mais pesada ela é, maior será sua evolução.
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