Meditação e mindfulness, por Gabhishak
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Temos ouvido falar de meditação ultimamente, não é verdade?
E quiçá já tenhamos escutado também a respeito de mindfulness, cujo nome, em inglês, na opinião desse ‘escrevedor’, é de péssimo gosto.
Não sei quem o cunhou, talvez tenha sido lá nos anos 80’ quando Kabat-Zin e alguns colegas começaram a estudar a meditação e seus benefícios.
Péssima escolha. Mind + full significa mente cheia; exatamente o oposto do que deve ser a meditação.
Enfim. Coisas que acontecem quando se pretende converter algo em um produto, com valor comercial, sistematização, etc.
Em português, o termo foi traduzido como ‘atenção plena’, e representa um conjunto de técnicas pinçadas de antigas tradições onde a prática meditativa se faz presente, como o zen e o budismo.
Não é nada novo.
Clique Aqui: A biologia do Mindfulness na perspectiva da Neurociência
Trata-se de roupagem nova para algo que existe há milhares de anos
Pessoalmente, aprendi o método sem saber que esse era o nome. Há muitos anos, quando estive com monges budistas da tradição Kadampa, nenhum deles se referia àquelas práticas como mindfulness.
E veja que interessante. Atualmente, depois da sistematização e do novo invólucro que foi dado, há praticamente um ‘direito reservado’ ao uso do nome. É como se fosse uma marca, com registro e direitos autorais.
É preciso fazer determinado curso, passar por certos critérios, seguir um caminho preestabelecido, repetir alguns exercícios por sessenta dias, fazer dois ou três retiros para ser reconhecido, para ser ‘certificado’.
Mais um daqueles absurdos que a mente inconsciente faz.
Outro ponto.
É importante esclarecer que são muitas as formas de meditar. Há centenas de técnicas e métodos.
Mindfulness reúne algumas dessas técnicas, especialmente aquelas que trabalham a atenção, que ensinam o praticante a dirigir o foco atencional voluntariamente a objetos diversos.
Estar atento à respiração, à algumas partes do corpo, às sensações, aos passos, ruídos, cheiros, formas e, inclusive, pensamentos. É um treinamento, um adestramento da atenção.
Isso é importante por que não estamos habituados a agir conscientemente. Em geral, como diz o OSHO, andamos por aí como se estivéssemos dormindo; e reagimos impulsiva e automaticamente aos estímulos que se apresentam, sejam eles quais forem. Tal reatividade é nociva em diversos aspectos.
Quem nunca se arrependeu de algo que fez ‘sem pensar’?
Comigo muitas vezes. E com você, amigo leitor?
Esse trabalho com a atenção contribui para que haja um processo gradual de desidentificação; uma certa distância vai sendo criada entre o sujeito (nós) e os assim chamados ‘problemas’.
Como ficaria sua vida se aquilo que você classifica de ‘seus problemas’, passassem a não ser seus?
Como seria se cada vez mais, lhe afetassem menos?
Esse é o milagre que pode resultar da atenção plena.
Como seria se as dores no corpo, eventuais ou crônicas, ficassem cada vez mais longe…até que, quem sabe, possam desaparecer.
Isso não é uma abstração.
Há inúmeros registros positivos da utilização das técnicas de atenção plena para redução do stress e alívio significativo da sensação de dor.
Então, para resumir: existem vários métodos de meditação e um desses métodos foi denominado mindfulness.
Como já dissemos em outros artigos, o melhor que o interessado pode fazer é procurar um professor ou especialista com experiência multidisciplinar para auxiliar na escolha do método correto, ou mais adequado.
Nem sempre as técnicas de mindfulness serão as melhores. Ou talvez sejam, mas não no começo da prática. São inúmeras variáveis.
Experimente!
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*esse texto é de responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic.
** para sua segurança e melhores resultados consulte sempre um profissional de meditação.
*** as técnicas de meditação não substituem orientação ou tratamento dos médicos, nutricionistas, psicólogos e demais profissionais da saúde.
Fontes:
Os textos do autor, em geral, são baseados em sua experiência pessoal, no Livro The Book of Secrets, Volumes I ao VI, de OSHO, e na relação de discipulado com o Mestre Zen Satyaprem.
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