Fazer dívidas é um sintoma espiritual — Nós explicamos o porquê
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Dívidas. Quem não as tem, ou nasceu muito rico, ou não está inserido na sociedade. Brincadeiras à parte, as dívidas são um problema cada vez maior, à medida que o custo de vida aumenta e a vida fica ainda difícil. Elas fazem parte da escravidão do mundo moderno.
Os salários não acompanham as altas do mercado e, para viver com alguma satisfação, por vezes fazemos dívidas. Um financiamento de automóvel, aquele apartamento dos sonhos, uma viagem muito desejada ou mesmo roupas e eletrônicos podem trazer uma felicidade momentânea imensa e nos fazer parcelar os valores da compra.
Quando fazemos isso de maneira responsável, não há mal nenhum. O problema está quando perdemos o controle das finanças, comprometemos grande parte das entradas mensais e entramos nos juros altíssimos dos cartões de crédito, cheque especial ou empréstimos. No Brasil, podemos dizer que os juros cobrados são, no mínimo, abusivos. Por isso, não é nada difícil se afundar em dívidas e permitir que elas se tornem uma bola de neve. Quando vamos ver, a dívida cresceu tanto que se tornou um monstro impagável, e aí vem todos os danos não só financeiros, mas também para nossa saúde. Perdemos o sono, ficamos ansiosos, estressados, frustrados e a vida perde um pouco da cor. Os prejuízos vão muito além dos bens materiais.
Podemos contar, graças a Deus, com simpatias, banhos, orações e até alguma magia para resolver nossas questões financeiras. Mas, o que devemos nos perguntar é porque contraímos dívidas além das nossas possibilidades e o que isso significa em termos espirituais. Fazer muitas dívidas é um sintoma espiritual. Nosso emocional tem tudo a ver com a maneira como gastamos nosso dinheiro e, se não tratarmos o problema em sua raiz, seremos vítimas de nosso descontrole repetidas vezes.
“É melhor ir dormir sem jantar do que se levantar com dívidas”
O que nossa alma está nos dizendo através das dívidas que contraímos?
5 características da personalidade de quem faz dívidas
Não podemos, de forma alguma, ignorar as questões sociais e a desigualdade brasileira, que obrigam algumas pessoas a desestabilizar suas finanças para poder comer. O foco deste artigo não são casos como esse, já que a sobrevivência sempre será uma prioridade, especialmente para quem tem filhos. Aqui vamos direcionar as atenções para os casos onde o descontrole financeiro não se dá por questões de sobrevivência, mas sim por razões emocionais e espirituais.
Ansiedade e as dívidas
A ansiedade é uma grande vilã da modernidade. Vivemos ansiosos, estressados e inseridos em uma rotina de vida maluca, onde a “correria” é a regra. Cobranças e pressões de todos os tipos são jogadas sobre nós, e, na mesma medida, somos bombardeados por anúncios e publicidades que estimulam o consumo desenfreado de todo o tipo de produto. Ou seja, queremos consumir a todo momento. Queremos comprar tudo. E, é claro, isso alimenta a ansiedade natural que já temos pelo simples fato de estarmos vivos.
Levados pelas promessas de felicidade instantânea, do estereótipo do sucesso, fazemos loucuras para alcançar o que desejamos. Há quem tenha uma casa caindo aos pedaços, mas um belo carro à porta. Outros, chegam a deixar de comer para pagar as infinitas parcelas do último modelo do Iphone. A ansiedade de consumo e da vida nos faz comprar coisas além das nossas possibilidades, fazendo dívidas que vão se voltar contra nós mesmos. Por isso, é muito importante pensar bem e ter calma antes de fazer uma compra ou adquirir um bem. Não compre na hora, pense bem e reflita sempre se é mesmo necessário comprar determinado produto. Espere alguns dias, faça as contas e tenha certeza que seu desejo não vai prejudicar sua saúde financeira e mental.
Carência afetiva
É muito comum do ser humano querer preencher o vazio emocional com objetos materiais. A carência é uma das responsáveis por aumentar a sensação de vazio e solidão, que tentamos aplacar através do consumo. Aliás, a carência afetiva é um dos motores do marketing e da publicidade, pois é justamente nesse ponto que a propaganda nos atinge: promessa da construção da vida dos sonhos por meio de produtos. É fácil identificar isso, quando observamos que os produtos não são vendidos pela ótica de seus atributos, mas sim do estilo de vida ao qual estão atrelados. A margarina x é sinal de vida em família feliz, o desodorante y faz as mulheres se derreterem, o carro z transforma a vida em uma aventura.
Nosso desejo de pertencer é inalcançável e a carência afetiva que ele gera nos faz comprar. E, com as compras, vem as dívidas. O sistema se alimenta da nossa carência emocional para se sustentar e, quanto mais infelizes estamos, mais consumimos. Mas tentar suprir nossa carência com objetos é uma grande cilada e só vai maquiar o problema.
Materialismo e as dívidas
O materialismo é um dos grandes inimigos da independência financeira e também do desenvolvimento espiritual. Pessoas materialistas valorizam muito status, objetos caros e bens materiais, fazendo o que for preciso para conquistá-los. Pagam qualquer preço e, mais do que isso, se vangloriam pelos altos valores que desembolsam para tornar seus tudo quanto for possível. Comprar é um estilo de vida mantido pelos materialistas. Como não há limites, facilmente eles se envolvem em dívidas altas para satisfazer seus desejos, se vendo envoltos em dívidas muito facilmente.
Quanto mais bens materiais possuírem, mais importantes essas pessoas se sentem. Isso revela um problema de crise de identidade profunda, uma necessidade de se expressar e se afirmar baseado em valores materiais e não espirituais, que merece atenção e cuidados além dos financeiros.
“O que é o materialismo, senão o estado do homem que se afastou de Deus; ele passa unicamente a preocupar-se com os seus interesses terrestres”
Competição
Por si só, pessoas extremamente competitivas não precisam tanto das “coisas” para encontrarem prazer. Porém, basta um amigo, um familiar ou um vizinho adquirir algo, para que elas sintam urgentemente a necessidade de adquirir senão igual, algo ainda melhor. É uma vontade incontrolável de mostrar superioridade perante os outros, de passar a constante mensagem de que “sou melhor e posso mais do que você”.
Esse comportamento revela uma insegurança tremenda, uma personalidade fraca e frágil, que precisa se sobrepor ao outro para se sentir um pouco melhor. Então, movidos pela necessidade de competir, essas pessoas não medem esforços para ultrapassar seus adversários na corrida do consumo. E as dívidas, então, se tornam uma realidade constante na vida dessas pessoas, um sintoma espiritual que transcende as possibilidades financeiras.
“O mal do nosso tempo é a superioridade. Há mais santos do que nichos”
Impulsividade
Quantas vezes compramos algo e sabemos, mesmo no momento da compra, que poderíamos pesquisar por um preço mais baixo ou que se esperássemos um tempo, aquele produto poderia baixar o valor? Em alguns casos, sabemos que não deveríamos gastar aquele dinheiro naquele mês, pois no mês seguinte poderíamos fazer essa compra sem nos prejudicar. Mas, impulsivamente, compramos.
Uma das maiores virtudes humanas é a paciência. Saber esperar, tem calma e consciência na hora de comprar pode nos salvar do descontrole financeiro. Aprenda a esperar, seja paciente. Adie o seu impulso de adquirir até que tenha melhores condições financeiras. Quando não somos capazes de fazer isso, significa que temos uma imaturidade emocional e espiritual que precisamos trabalhar.
Sinais de que algo não vai bem com nossa alma
Temos a tendência a pensar que espiritualmente ficamos mal devido à nossa condição financeira, quando na verdade, nosso descontrole com o dinheiro é reflexo de questões espirituais. Fazer muitas dívidas é um sintoma espiritual e uma característica de personalidade que podemos trazer, inclusive, de outras vidas. Para qualquer tipo de dificuldade, situação ou desafio que enfrentamos na vida, existe uma razão espiritual. Portanto, se você deseja se livrar das dívidas e manter hábitos de consumo mais saudáveis, é preciso avaliar suas atitudes pela ótica espiritual para poder atacar a origem do problema.
Por exemplo, quando somos muito materialistas, é sinal que estamos negligenciando nossa alma e as questões espirituais em nossa vida; estamos iludidos com a matéria e distantes dos valores espirituais. Uma pessoa materialista foca suas energias nos bens e conquistas materiais, passando por cima de seus próprios sentimentos, fazendo das dívidas um sintoma. Quando elas são recorrentes, quando consumir sem freios se torna um hábito, isso significa que é hora de começar a valorizar o que não é material: pessoas, relações, espiritualidade. A alma está clamando por expressão, precisa se alimentar do autoconhecimento que a espiritualidade traz e está farta do mundo material.
Se vivemos constantemente ansiosos, é sinal que estamos apegados ao passado e ao futuro, ignorando o presente. E estar “presente” no presente é uma das primeiras lições espirituais. Aprender a centrar e mente e concentrar mais no agora faz parte do despertar espiritual.
A competitividade também é um sintoma espiritual muito claro. Podemos trazer essa característica de outras vidas, quando nos sentimos inferiorizados por certas situações. Então, essas pessoas desejam a todo momento provar que são melhores que os outros, mas nunca conseguem estar felizes de fato pois sempre haverá alguém mais bonito, mais rico ou mais inteligente no mundo. Terapia de regressão pode ajudar a encontrar os motivos espirituais dessa necessidade de ser melhor, e, por consequência, a cura desse sintoma.
A carência afetiva, assim como a competitividade, pode nos acompanhar por vidas. A falta de amor e atenção é a principal causa da carência. E consumir, comprar e adquirir objetos não vai nos curar e nem nos equilibrar. Se existe uma carência, ela vem da alma e nada que é material pode alcançá-la. Quando as dívidas estão relacionadas a esta característica, é hora de parar tudo e tentar analisar a vida afetiva para compreender as causas desse problema e o caminho para curá-las.
A vida financeira é um reflexo das nossas aspirações, visão e estilo de vida, além dos sentimentos que vem da alma. As dívidas não são uma consequência, são um sintoma. Escute sua alma e não o seu ego para encontrar a cura emocional e espiritual que ocasiona as dívidas, para estabelecer uma relação mais saudável com o consumo.
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