Deus se opõe à reprodução assistida?
A doação de óvulos, apesar de comum no exterior, ainda é um tema tabu no Brasil. Aliás, quase todos os procedimentos que permitem a maternidade por vias não naturais, ainda causam espanto no brasileiro.
A prática da doação de óvulos no mundo está muito ligada à cultura do país. Nos Estados Unidos a doação é permitida e bem remunerada. Na Europa, a França, Grécia, Hungria, Itália, Polônia, Portugal, Eslovênia, Espanha, Áustria, Finlândia, Países Baixos, Suécia e Reino Unido, possuem leis que regulamentam e permitem a doação de óvulos, diferindo apenas quanto ao anonimato – ou não- da doadora. Já na Alemanha não é permitido.
No Brasil, somente em 2017 o Conselho Federal de medicina tornou mais fácil a doação, estendendo o benefício para qualquer mulher até os 35 anos. Antes, somente as clínicas de fertilização poderiam coletar óvulos e não havia qualquer regulamentação, contribuindo para a enorme carência que doadoras que o país possui.
Do ponto de vista prático, trata-se de um procedimento de fertilização que assiste mulheres que não conseguem ser mães pelas vias tradicionais. Mas e espiritualmente? A doação de óvulos tem alguma implicação? Filhos biológicos serão gerados, mas fora da barriga da mãe biológica. Deus se opõe à reprodução assistida?
O melhor presente que existe: filhos
Deus escreve certo por linhas tortas. Não é? E quem foi que disse que famílias só se formam através de laços biológicos? O DNA não diz o que a gente sente. E é o amor que une as pessoas, que liga uma mãe a um filho, caso contrário, não haveriam adoções.
“O laço que une a sua família verdadeira não é de sangue, mas de respeito e alegria pela vida um do outro. Raramente os membros de uma família se criam sob o mesmo teto”
E cada vez mais mulheres estão percebendo que podem colaborar para que famílias se formem, realizando o sonho de tantas mulheres que precisam de ajuda para serem mães. A Doação de óvulos é um gesto de generosidade, sem igual. E como podemos pensar que o plano espiritual não participe disso? Uma alma virá ao mundo e, certamente, há um planejamento no astral para que isso ocorra. Nada é por acaso. As leis que regem a reencarnação se cumprirão, independente do método que viabilizou a descida do espírito ao mundo.
A vida não se dá na fertilização do óvulo, como sabemos pelos estudos e revelações psicográficas. Allan Kardec trata desse tema na questão 356 do O Livro dos Espíritos, explicando como se dá o acoplamento espiritual da alma quando existe uma gestação. Duas células unidas são, tão somente, células. A vida não é celular, é espiritual, e há “algo” que permite que ela aconteça. E esse “algo” não é só a nossa vontade ou um procedimento laboratorial científico.
Assim, a discussão sobre óvulos fertilizados serem “vida” se encerra. Deus jamais permitiria que espíritos inocentes sofressem tal martírio, enfrentando essa prisão.
Fertilização in Vitro: a benção de Deus
A ciência só evolui com a permissão espiritual. A FIV ou fertilização in vitro é uma das maiores bênçãos espirituais que a humanidade recebeu, como apoio na criação de famílias. Ela pode ser feita utilizando material genético do casal, onde o sêmen é coletado e o óvulo materno também, fertilizado e implantado no útero da mãe. Mas também pode ocorrer utilizando material genético de doadores, seja de óvulos, seja de espermatozóides. O doador ou doadora é selecionado e o processo de FIV acontece, para que o embrião seja implantado na mãe.
Já existe um acordo e um planejamento no mundo espiritual envolvendo a encarnação daquele espírito, consentindo por todos os envolvidos. Em todo o processo, há também o envolvimento espiritual desde a miniaturização do espírito que vai reencarnar, até o processo de ligação deste espírito a mãe. Existe todo um processo de magnetismo que permite que essa ligação seja feita. Os auxiliadores espirituais estão presentes todo o tempo.
A infertilidade
Se a pessoa não é fértil, não seria esse um motivo, um sinal divino de que ela não pode e não deve ser mãe? As razões que levam à infertilidade são tantas, que fica difícil responder a essa questão. Por exemplo, um processo de desorganização biofísica do chakra sexual pode ser o motivo e pode se dar por aborto, pelo uso da sexualidade de forma irresponsável, pode se dar pelos mecanismos de culpa em função da sexualidade e a demonização que as religiões fazem em torno do sexo, enfim, as possibilidades são inúmeras e todo o processo, seja ele qual for, é um processo de cura.
Nestes casos, a espera, a incerteza, a busca pelo apoio científico e as frustrações que ele pode gerar, podem produzir efeitos positivos no espírito da mãe, curando antigas feridas. O fato é que, se a maternidade estiver de fato bloqueada, não há nenhum processo terreno que vá conseguir quebrar essa ordem divina e gerar uma gravidez. Nem mesmo a adoção vai se concretizar, fazendo com que aquela mulher desista.
A espiritualidade sempre orienta que estejamos em compasso com a ciência, ou seja, que a humanidade se utilize dela para benefício próprio. Qualquer que seja o procedimento, se ele der certo, era da vontade de Deus. Quando não, aquele caminho não será trilhado, independente da vontade que a gente tenha em realizar algo.
“Eu nunca vou mudar. Serei pra sempre assim. Fazer o bem é bom,
ser bom faz bem pra mim”
Deus não se opõe à reprodução assistida, não estamos indo contra nenhum princípio espiritual quando recorremos à ciência para formar uma família.
Fazer o bem é lindo. E quando doamos algo tão íntimo para que outra pessoa possa realizar um sonho, estamos certamente agradando a Deus. E para nós, fica aquela sensação incrível de amor, que o altruísmo pode nos oferecer.
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