Como três coisas boas podem mudar a sua vida: um estudo real
Cada dia mais, temos consciência que meditação, gratidão e afirmações são eficazes para sermos pessoas mais felizes.
Mas, existe algum exercício com comprovação científica que pode nos tornar mais felizes? Este foi o assunto de um artigo publicado no Medium pela psicóloga Rose Goldberg , que apresenta um estudo sobre como três coisas boas podem mudar a sua vida. A partir deste texto, vamos explorar um pouco mais sobre o assunto e entender como funcionou este estudo. Ficou curioso? Continue a leitura.
O estudo da felicidade
Este estudo foi realizado em 2005, pelos dois fundadores da Psicologia Positiva – ramo da psicologia que é focado em estimular o bem antes de curar o mal – Martin Seligman e Christopher Peterson, ao lado de dois colegas e cientistas conhecidos, Nansook Park e Tracy A. Steen.
O objetivo deste estudo foi identificar intervenções psicológicas que geram efeitos a longo prazo, aumentando a felicidade individual das pessoas. A pesquisa teve 577 participantes adultos, sendo 42% homens e 58% mulheres. Foi utilizado o Índice de Felicidade de Steen (SHI) e CES-D, que é uma escala para monitorar os níveis de felicidade e depressão dos participantes.
Os participantes foram testados antes e depois dos exercícios e algumas vezes depois das intervenções ( imediatamente após, uma semana depois, um mês depois, três meses depois e seis meses depois).
Os exercícios
Os cientistas deram a grupos separados, cinco exercícios que deveriam aumentar a felicidade e um exercício placebo, que não deve influenciar a felicidade, para um grupo de controle.
Placebo – as primeiras memórias
Os participantes foram convidados foram encubidos de escrever sobre as primeiras memórias todas as noites ao longo de uma semana.
Visita de gratidão
Os participantes tiveram que escrever e entregar pessoalmente, em uma semana, uma carta de agradecimento a alguém que foi gentil com eles, mas que não agradeceu como deveria.
Três coisas boas na vida
Os participantes foram convidados a escrever sobre três coisas boas que aconteciam todos os dias e se possível, adicionar uma explicação causal para cada uma delas.
O seu melhor momento
Eles foram convidados a escrever sobre um momento na vida em que estiveram em sua melhor fase e rever a história todos os dias durante a semana.
Usando os pontos fortes de outra maneira
Após fazer um inventário dos seus pontos fortes, os participantes deveriam usar um deles de uma nova forma a cada dia da semana.
Identificando os principais pontos fortes
De forma semelhante ao exercício anterior, os participantes fizeram uma pesquisa para identificar seus principais pontos fortes. Depois, passaram a usá-los com frequência durante uma semana.
“Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira”.
As primeiras evidências identificadas
Apesar de nem todos os exercícios terem se mostrado eficazes, o estudo teve resultados extremamente promissores. Foram encontradas intervenções específicas, que tornam as pessoas mais felizes a longo prazo. Acredita-se que o estudo tenha implicações pequenas e grandes para o futuro das intervenções positivas e talvez das intervenções clínicas.
Os efeitos transitórios
Como já era esperado, o exercício placebo apresentou efeitos positivos transitórios, que foram observados apenas logo depois da intervenção. Dois outros exercícios mostraram uma influência transitória, “O seu melhor momento” e “Identificando os principais pontos fortes”, com efeitos que diminuíram significamente após a avaliação imediata, tendo resultados comparáveis ao exercício placebo.
Um mês depois
O exercício “Visita de gratidão” mostrou efeitos positivos na felicidade depois de um mês e então, os resultados começaram a diminuir. Após seis meses, sua influência não foi diferente do exercício de placebo de forma significativa.
Efeito de longa duração
No teste final, os cientistas encontraram dois exercícios que aumentam a felicidade de forma significativa por pelo menos seis meses: “Três coisas boas” e “Usando os pontos fortes de outra maneira”. Os efeitos dos dois exercícios começaram a aparecer lentamente, ultrapassando o exercício placebo apenas na marca de um mês.
Porém, sua influência ficou mais poderosa até os seis meses, quando exibiram um efeito estatisticamente significativo. Os autores do estudo acreditam que os efeitos seguiram sua trajetória pelo fato de serem praticados por mais de uma semana.
Após perguntarem aos participantes se haviam seguido os exercícios por mais de uma semana, realizaram uma análise estatística para investigar se a hipótese estaria correta. De acordo com os cientistas, os resultados foram diretos. A combinação entre continuar o exercício e aderência ao exercício foi significativa para os escores de felicidade, indicando que aqueles que continuaram os exercícios eram os mais felizes.
A importância do estudo
As descobertas desta pesquisa não apenas são de grande utilidade na psicoterapia e na psicologia clínica, mas também podem ajudar qualquer pessoa a aumentar a sua felicidade. Muitos de nós já temos rotinas de autocuidado físico e mental e poderíamos nos beneficiar muito com os exercícios “Três coisas boas” e “Usando pontos fortes de uma nova maneira”.
A experiência Rose Goldberg
No texto que usamos como fonte para este artigo, a autora conta sua experiência na prática do exercício “Três coisas boas” regularmente. De acordo com Rose, o exercício é conveniente, pois não leva mais de dois minutos para ser feito todas as noites. Além disso, ele ajuda a promover a gratidão, que é uma das chaves para sentir e ser o seu melhor.
Rose conta que ao praticar o exercício, ela voltou a focar sua atenção nas coisas boas, em vez de se preocupar e focar apenas no negativo “Este exercício o leva a estar mais ciente do bem que acontece em sua vida, não importa o quão insignificante pareça” avalia.
A autora também ressalta que o exercício se torna um momento de introspecção. “Ter que encontrar uma explicação causal para os eventos positivos faz você olhar para dentro: eu fiz isso acontecer ou isso é uma bênção genuína? Não importa a resposta, isso aumentará sua confiança ou sua gratidão, é uma situação em que todos ganham” conta Goldberg.
Para finalizar, a autora ressalta o maior benefício de todos ao praticar o exercício: tornar você mais feliz. Os resultados podem demorar um pouco, como mostra o estudo, mas será consistente e o deixará feliz a longo prazo.
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