Instrumentos mágicos: simbologias e como usar
Existem muitos tipos de instrumentos mágicos utilizados conforme a sua tradição no mundo místico, por isso é muito importante saber o que eles significam e como bem utilizá-los.
Grimório
Grimório ou Livro das Sombras é uma espécie de diário usado por praticantes de magia onde podem registrar suas práticas místicas das mais variadas funções, como rituais, feitiços, trabalhos, poções, invocações, mantras especiais, contos mitológicos, traduções, costumes, lendas, fatos, dados históricos, canções, danças, símbolos e ícones etc.
Sua origem da palavra Grimório vem do francês “grimoire” e relaciona-se a estudos com fontes do hebraico e do egípcio sobre as artes da bruxaria de um modo geral. Porém, além disso, os Grimórios podem conter ligações astrológicas, instruções para encantamentos, libertação de possessões, vínculos com almas, anjos e demônios, conjuração de entidades sobrenaturais e também as propriedades de elementos da natureza, talismãs, ciclos da lua, influência solar, pedras e animais.
Normalmente opta-se por um livro de capa preta, dura e de algum material resistente, como emborrachados e couro. O importante é que ele também possua uma tranca ou segredo para que apenas o dono tenha acesso às suas anotações e estudos. Um pentagrama branco ou vermelho deve estar simbolizado na sua capa ou em uma de suas partes, como na tradição. Além disso, o ideal é que se usem folhas de material reciclado e use como marcador de páginas folhas, pétalas ou ramos abençoados e energizados. Para fazer suas anotações, o ideal é que se mantenha uma rotina de escrita e que seja sempre acompanhada de um ritual próprio, como meditar antes, se benzer com um ramo de arruda, etc. A cor usada para escrever deve ser sempre o preto, de preferência que seja escrito usando-se pena e tinta, tudo para referenciar a verdadeira tradição de se construir um Grimório real e característico.
Ao longo da história muitos Grimórios surgiram para servirem de espelho aos discípulos da magia em geral e acabaram ganhando fama e muitas lendas acerca. Assim, geraram controvérsias, mistérios, grandes ensinamentos, mas também muitas reivindicações de autoria por parte de organizações maçônicas e místicas ao longo dos anos.
Vassoura
Nas práticas de magia em geral este tipo entre os instrumentos mágicos é sempre encontrado, principalmente porque vem da imagem clássica da bruxa que utiliza uma Vassoura para se locomover pelos lugares sem ser vista por ninguém nem atingida. Mas, além disso, a ideia da Vassoura também está presente como uma ferramenta normal, utilizada para limpar o local onde serão feitas suas atividades místicas e seus estudos antes e depois.
Símbolo do encontro entre o masculino e o feminino, com o cabo e as cerdas, ela também era usada em rituais de fertilidade e prosperidade, além de agradecimentos pelas graças alcançadas, pela natureza em abundância e por novas conexões e evoluções espirituais e astrológicas. Como acontecia em tradições antigas de casais pularem Vassouras deitadas juntos como forma de demonstrar que estavam partindo para uma nova construção espiritual partilhada e ainda mais forte e harmônica com o casamento que se iniciava.
Assim, este instrumento simples por séculos e séculos trouxe a ideia de purificação, gratidão, preparação, bênçãos, fertilidade, prosperidade, harmonia, equilíbrio e poder feminino, mostrando que a simbologia mística é muito ampla e seus pensamentos enormemente lindos. A força desses significados mostra até hoje fundamental na arte da bruxaria, sendo uma ferramenta indispensável na hora de trabalhar e construir sua arte e dom.
Se você fez ou mesmo comprou a sua Vassoura, o ideal é primeiramente purificá-la e fortalece-la com boas energias. Em seguida, escolher um lugar próprio onde ela deverá ser deixada, podendo ser no seu próprio altar de costume. Depois disso, é hora de orná-la com símbolos de força, poder e boas vibrações, como sementes, raízes, ramos, flores, fitas, pentagramas, ervas, símbolos astrais e mantras. Essa parte deve ser realmente dedicada e feita como sua primeira arte na magia. Cante, recite, medite, reze e, principalmente, mentalize as energias e desejos enquanto prepara a arte da sua Vassoura.
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Caldeirão
O Caldeirão é outro símbolo clássico que gira em torno da magia em geral e traz a ideia do sagrado feminino e dos princípios que circundam a força e a natureza da mulher em sua existência. Assim, o Caldeirão simboliza o útero, o ambiente gerador, de onde surgem as energias, forças e resultados de todo o trabalho externo anteriormente pensado e concretizado. A bruxa, a deusa-mãe, é então a pessoa que controla essas energias e as organiza e seu Caldeirão para assim prover sua arte.
Além disso, o Caldeirão pode ser usado como lugar para se desfazer de registros, pragas, enviar agradecimentos, mensagens ou ainda para fazer fogueiras internas. Toda a sua força e representatividade está baseada na sua sustentação por três pés que trazem as imagens da figura da deusa: primeiramente como moça, donzela, menina, no início de sua vida, pura e ingênua; logo depois como mãe, fortaleza, cuidado, honra, dedicação, fertilidade e prosperidade; e por último, como uma idosa, uma anciã que simboliza a sabedoria, a experiência, a cautela e também, a partida desta passagem terrena.
Outra característica importante é a ligação do Caldeirão com os elementos da terra, como a água, as ervas e as combinações utilizadas em feitiços, simbolizando as influências materiais e psíquicas que nos ligam, matéria carnal e viva, aos elementos sobrenaturais, matéria geológica e cósmica.
Para fazer ou mesmo customizar seu Caldeirão, é necessário que ele tenha uma estrutura firme e resistente e que seja de um material que suporte altas e baixas temperaturas, líquidos, peso e movimentos variados. Após pensada a estrutura, ele deve ser esmaltado, protegido e posto em uma base firme. Por fim, a customização fica a sua livre escolha, com símbolos e ornamentos que sejam seguros de estarem ali e que representem a sua ligação com a magia e com aos trabalhos que irá realizar daqui para frente.
Varinha
A Varinha ou simplesmente Bastão tem uma ideia de função muito parecida ao Athame, porém, é muito mais conhecida e mesmo difundida nas tradições de nomenclaturas de magias. É usada para direcionar as energias concentradas a alguém ou alguma coisa, como se fosse realmente uma extensão do seu braço na hora de enviar os poderes mentalizados, fazer invocações ou mesmo traçar símbolos no solo, por exemplo.
Na tradição ela é feita de madeira e pode ser esculpida pelo próprio bruxo, pode ser um presente de iniciação, uma herança de família ou ainda comprada em alguma casa de bruxaria de confiança. O mais importante em tudo isso é que ela seja purificada, abençoada, energizada e, se um presente ou herança, dedicado com bons sentimentos e muita benevolência. Se fabricá-la você mesmo, esteja ciente de que precisa ser um trabalho de amor de você para você mesmo, por isso, faça de todo o seu coração, como uma coisa para a vida toda e que faz parte da sua história. Desde a escolha da madeira até os adornos finais, tudo deve ser muito pensado e fabricado para refletir a sua imagem, a sua essência e o que o representa na arte da magia, do esoterismo e do misticismo.
As madeiras podem ser de carvalho, freixo, sabugueiro, pinheiro ou acácia, árvores tidas como sagradas em sua composição de madeira. Escolhida a árvore, colhe-se algum galho já colhido ou se necessário cortar um, até a próxima lua cheia devemos plantar outras três árvores em locais próximos como oferenda de gratidão à natureza e em forma de respeito.
Existe uma teoria de que a ideia da Varinha vem da sua influência ser baseada em baquetas musicais usadas em rituais da Antiguidade na região asiática sob influências místicas, assim, seriam instrumentos de chamado e festividades para trazer a cura, a prosperidade, a benção, a gratidão e o livramento.
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Vestimentas
Além de todos os instrumentos mágicos característicos, as Vestimentas usadas pelos bruxos são outro elemento interessante na hora de realizar a sua arte mística. Geralmente são trajes simples e discretos, algo bem sóbrio e que transmita a estado de sua interiorização e ligação consigo mesmo e com as energias que o rodeiam. Porém, existem variantes da bruxaria que acreditam que coo as Vestimentas são acessórios secundários e menos fundamentais, o mais correto seria fazer os trabalhos nu, de modo a estar mais em contato com as energias que nos rodeiam, já que as roupas não têm uma função determinada.
Mas para aqueles que optam por utilizar as Vestimentas características dos bruxos, opta-se necessariamente por uma capa, símbolo de guarda e proteção fortíssimos contra energias negativas e maus agouros. A escolha da cor, geralmente o preto também é algo importante por ser uma cor de sobriedade, seriedade e que fecha os shakras mais sensíveis em momentos de perturbação e dor.
Além dessa imagem primeira, temos ainda a escolha de Vestimentas ligadas ao tipo de feitiço que será realizado, como a peça (roupas íntimas em feitiços para o amor e a sexualidade, por exemplo) e a cor (vermelho para paixão, verde para sabedoria, amarelo para fortuna e prosperidade, branco para paz etc.).
Por fim, ainda temos os véus com um significado forte e bem típico do mundo místico, principalmente sendo preto ou branco e de um tecido bem fino ou ainda com rendas. Ele representa a quem usa uma ideia de manter-se protegido, escondido, sóbrio, mas participante, além de servir como um filtro de energias e olhares muito forte. Sobretudo usado como referência ao véu que divisa a habitação dos vivos em comparação aos mortos, ele serve para entrelaçar esse contato e as energias partilhadas entre esses dois mundos que convivem e trocam forças, experiências e conhecimentos.
Athame
O Athame ou espada espiritual é uma espécie de punhal ou adaga com uma lâmina duplicada (dois gumes) usada em rituais específicos da bruxaria. O cabo é usualmente preto, grafado com símbolos místicos e muito resistente.
Assim como a Varinha e o Boline, este instrumento pode ser herdado, presenteado ou mesmo comprado em um local especializado. O mais importante, novamente, são as intenções e seu processo de purificação e energização com o novo dono, seja ele usado ou novo. Muitas pessoas iniciadas há um tempo também podem optar em substituir seu Athame por uma espada específicas de rituais, algo que demanda ainda mais conhecimento e prática para se manusear.
O Athame, assim como a Varinha, é usado para enviar energias, direcionar mentalizações e pensamentos a partir de uma imagem masculinizada, de um objeto fálico, com o elemento fogo como guia, demonstrando o poder, a firmeza e a potência do trabalho que está sendo realizado. Assim, algo muito importante que deve ser sempre enfatizado é que apesar de ser um punhal ou mesmo em alguns casos uma pequena espada, nunca deve ser usado como uma arma, de modo a ferir ou matar alguém. A função do Athame é unicamente simbólica na tradição, assim, se alguém corrompe sua utilização empregando-a para o mal, energias malignas podem ser direcionadas exatamente contra esta pessoa.
Para emprega-lo corretamente, deve-se direcionar seu uso para criar os círculos de proteção no chão ou em outras superfícies, fazer invocações de essência fálica, ou seja, ligadas ao homem, cortar energias pesadas que nos cercam, simbolizar força nas batalhas e perseguições, conduzir rituais e trabalhos próprios ou alheios, direcionar energias positivas aos que nos cercam.
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Boline
Espécie de faca com cabo normalmente branco, o Boline sim pode ser usado como um dos instrumentos mágicos cortantes ao auxiliar com ervas, ramos, flores ou ainda para talhar e cortar outros objetos usados em feitiços.
Há tradições que preferem utilizar uma pequena foice, mas formalmente ela possui o formato de uma faca e é realmente utilizada para manusear e trabalhar objetos e instrumentos ritualísticos.
Para bem utilizar o seu Boline, então, deve-se optar por um que tenha um bom fio de corte, de modo a potencializar e agilizar os seus trabalhos, além de ser preciso e fácil de manusear. Assim, será muito mais prático trabalhar com ele.
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