Vergonha pode ser uma característica espiritual
Como todas as emoções universais, a vergonha tem uma função protetora, evitando comportamentos que levem os outros a nos desvalorizar. Porém, quando ela é excessiva, pode se tornar um problema grave. Sentir segurança, especialmente nas relações humanas, é essencial principalmente na carreira profissional. Quando não nos destacamos, quando a vergonha nos impede de mostrar ao mundo nossas qualidades e habilidades, outros farão em nosso lugar e podemos ser deixados para trás. E quem não sente um desconforto em falar em público? Palestrar ou fazer uma apresentação para uma sala cheia? A evolução profissional e a prosperidade financeira podem ser prejudicadas pela vergonha.
Nas relações amorosas ela também pode nos impedir de progredir e estabelecer laços afetivos duradouros. Para iniciar as relações a vergonha pode ser uma grande inimiga, pois quem sente muita vergonha “deixa passar” aquele momento certo de abertura dada pelo outro, onde podemos manifestar nosso interesse. Quando já dentro de uma relação, ela nos limita na expressão de nossas emoções, necessidades e até sexualmente pode nos trazer um prejuízo enorme.
“Sinto vergonha, logo existo”
A vergonha nos limita, nos amarra, nos diminui. Se libertar dessa sensação incômoda pode significar o progresso da vida de maneira geral. Como fazer isso? Como podemos alterar essa emoção e transformá-la em segurança?
De onde vem a vergonha?
Primeiro, é importante saber diferenciar a vergonha excessiva de uma personalidade mais reservada. E o primeiro indicador de que você tem um problema é o quanto você deixa de realizar tarefas cotidianas simples em função da vergonha que sente. Se ela prejudica sua funcionalidade, suas relações e sua carreira, é hora de buscar ajuda e libertação. Se ela causa sofrimento emocional e psicológico, esse também é um indicador de que esse padrão deve ser trabalhado, pois essa vergonha pode evoluir para um quadro ansioso e o outros transtornos emocionais.
A forma como somos criados também pode influenciar, pois modelos parentais autoritários, que não incentivam o desenvolvimento natural de cada personalidade, podem criar um ambiente desconfortável e fazer com que a criança cresça introvertida e se transforme em um adulto que não possui o mínimo de segurança para se colocar diante da vida.
Nesse sentido, a vergonha pode ter origem na vida física, na atual encarnação, devido à algum trauma ou situação vivida especialmente na infância. Características físicas e habilidades de fala também podem instaurar a vergonha como um limitador de comportamento e um desconforto emocional quase insuportável. E a sociedade não nos ajuda, pelo contrário… Mas, é preciso entender que, seja qual for a origem dessa emoção, se um dia ela fez sentido na sua vida e te protegeu de alguma coisa, com o passar do tempo e sua evolução ela perde todo o sentido.
E, como tudo que vivenciamos na vida faz parte do nosso crescimento, podemos dizer que a forma com a qual o nosso espírito reage à certas situações é um aspecto espiritual nosso, seja ele resquício de outras vidas ou um resultados de experiências vividas na atual encarnação.
“A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha”
As religiões em geral também colaboram muito para a repressão das emoções típicas da natureza humana, e nesse sentido contribuem para que nos tornemos menos espontâneos e mais envergonhados. Como podemos ver na citação acima, a vergonha é tida como uma virtude, não como um aspecto limitador de nossa personalidade. É preciso ter vergonha diante do criador. Especialmente as tradições que se apoiam na ideia de pecado, onde quase tudo que é humano, é proibido. A repressão e a cobrança em excesso são grandes amigas da vergonha e uma das maiores limitadoras da nossa consciência. Mas é possível superar tudo, inclusive a vergonha!
Vergonha e espiritualidade
Seja qual for o seu panorama de vida, do ponto de vista espiritual sabemos que houve um acordo encarnatório e que certos aspectos foram programados. Ou seja, situações são apontamentos daquilo que precisa ser transformado em crescimento.
A espiritualidade libertadora, focada no autoconhecimento, pode ter um papel essencial na libertação da vergonha e fortalecimento da segurança. A espiritualidade transforma. Além dos alicerces que a fé fortalece, ela cria uma rede de apoio em um ambiente onde a pessoa tem a liberdade de ser ela mesma. A sensação de pertencimento é forte o suficiente para minimizar os sintomas da vergonha, pois nesse grupo só existe aceitação e o “se relacionar” fica muito mais fácil, fazendo emergir nossa verdadeira essência nesse ambiente seguro.
“O maior erro de noventa e nove por cento das pessoas é ter vergonha de serem quem são, é mentir a esse respeito, fingindo ser alguém diferente”
A vergonha pode ser um indicador de que o espírito não aprendeu a lidar com as críticas que a exposição pode gerar, por isso ele traz para a experiência da matéria essa tendência de personalidade. A vergonha pode indicar que existe condicionamento, identificação com algum aspecto que ainda não foi aceito e que está escondido nas profundezas da mente e da alma, provavelmente com origem em vidas passadas. Ainda há dor e você precisa reagir para se proteger. Para começar o processo de superação, permita-se tomar consciência das suas negações. Permita-se tomar consciência das vergonhas que ainda carrega, para assim, identificar os pontos que ainda precisa negar e do qual tenta se proteger, e que fez com que você construísse uma vida artificial e pautada na submissão das suas potências. Para isso, autoconhecimento, terapias alternativas como a reencarnacionista podem esclarecer muita coisa.
Lembrando que, quando a vergonha evoluiu para quadros de transtornos emocionais, o tratamento tradicional é primordial e jamais deve ser negligenciado. É da união entre o conhecimento dos doutores da Terra e a busca espiritual que pode surgir a cura.
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Superando a vergonha
Primeiro, é importante dizer que é provável que a vergonha nunca te abandone. Quando abrimos a porta para esse padrão de comportamento e emoção, independente do motivo, ela vai sempre nos acompanhar. Mas podemos superá-la, ou seja, aprender a lidar com ela.
“Não há que ter vergonha de preferir a felicidade”
O autoconhecimento é essencial, pois ele vai permitir que você vai acesse as informações necessárias para entender a origem dessa vergonha e entender que ela não deve – e não pode- te definir. Tudo é superável. Pensar que “eu sou assim mesmo” não traz a força que você precisa para sair desse padrão. Mas, ter a consciência de quem você é, traz a segurança necessária para lidar com qualquer situação que possa ativar esse estado limitador que é a vergonha, colocando você em condições de lidar muito melhor com suas fraquezas, com as críticas e com a exposição.
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Conheça a ti mesmo
Quando uma pessoa tem vergonha, ela pode projetar na mente do outro as impressões que ela tem de si mesma. Desprezo, aversão, ansiedade, gozo, raiva ou nojo são emoções muito comuns, e, diga-se de passagem, as experiências da vida podem ser duras o suficiente para ajudar construir essa autoimagem “distorcida”. A pessoa acredita que os outros pensam o mesmo que ela pensa sobre si própria (alguém sem valor, inferior, inadequada, má, pouco atraente, sem interesse ou indesejável), então se retrai e tenta se proteger desse sofrimento. Mas o fato é que nem sempre é assim. Existem sim muitos julgamentos negativos, mas podemos nos surpreender com a imagem positiva que fazem de nós. Nesse sentido, é importante saber identificar pessoas tóxicas e afastá-las de sua vida.
Outro ponto é que não somos incentivados a nos conhecer, pelo contrário. Nos são dados padrões, na maior parte das vezes inalcançáveis, nos quais somos “obrigados” a nos encaixar. E o que somos verdadeiramente, ou seja, onde está o nosso brilho, nossa essência, a nossa alma, muitas vezes fica esquecido num canto escuro e sufocado por tantas caixinhas onde vamos tentando “caber” ao longo da vida. Cilada, grande cilada. Quanto mais você conhecer a você mesmo, mais vai perceber o seu valor e sustentar uma segurança maior perante a vida e os outros. Conhecimento liberta e ele é o primeiro passo para se libertar da prisão da vergonha.
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Ignore as opiniões alheias
Enfrente o olhar do outro e a crítica do outro com, em alguns casos, desdém. Principalmente em tempos de redes sociais, vemos que o ódio, recalque, julgamentos e agressões verbais estão cada vez mais fortes, e o segredo é perceber que essas “opiniões” são completamente vazias e vindas de emoções totalmente negativas que as pessoas nutrem por elas mesmas. Parece clichê, mas quem odeia o outro, na verdade fala de um ódio por si. Chega a dar pena.
É preciso parar de valorizar o “como eu existo na mente do outro”, pois sobre isso jamais teremos controle. E sabemos que a ideia que os outros fazem de nós normalmente não corresponde a realidade integral do que somos, portanto, são opiniões que, quando não são construtivas, devem ser totalmente ignoradas. Na maior parte das vezes, esse outro que julga e odeia precisa de mais ajuda do que quem é julgado e recebe esse ódio.
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Estude
Quanto mais estudamos sobre nós e sobre a espiritualidade, sobre a vida e sobre a sociedade, mais vamos entendendo esse universo infernal que é o outro. E a liberdade reside na informação, que é também uma forma de controle. Quando você entende, você consegue recuperar para si um certo controle que o conhecimento proporciona, e fica mais fácil se posicionar perante a vida e entender os mecanismos emocionais que constróem as pessoas.
“O inferno são os outros”
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Se liberte de dogmas religiosos
A fé pode ser um grande facilitador do desenvolvimento pleno, mas também pode ser uma grande limitadora. Quando a fé é punitiva e restritiva, quando ela tenta matar sua verdadeira essência, ela vai causar culpa e vergonha, alimentando essa sensação de inferioridade. Já a espiritualidade verdadeira, baseada na sabedoria e autoconhecimento, vai te libertar dessas amarras. Dogmas religiosos servem para controlar, não para desenvolver. Se liberte deles encontrando caminhos espirituais de amor, caridade e fraternidade, mais alinhados com a verdadeira essência divina.
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Respeite seus limites
O autoconhecimento traz também a consciência dos limites que possuímos. Eles existem e ninguém é igual a ninguém. Há coisas que devemos transcender, ultrapassar e dominar, e há certos tipos de barreiras que devem ser respeitadas em nome da sua saúde emocional. Saber reconhecer essa diferença é algo que somente você pode fazer, e o autoconhecimento é a chave que abre essa porta.
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Abandone padrões inalcançáveis de cobrança
A sociedade nos cobra demais e nos faz sempre “tentar caber” em espaços que podem não ser os nossos. Mas o pior tipo de cobrança, a que nos atormenta verdadeiramente, é aquela que nós impomos a nós mesmos. Autocríticas muito profundas geram culpa e vergonha, pois nunca atingimos esse nível de excelência que cobramos de nós. Abandone esse ciclo terrível das cobranças e procure entender suas qualidades e suas limitações. Saiba se compreender e se dar o tempo que você precisa. Perceba que não é o lugar onde chegamos que importa, mas sim a jornada que percorremos. É nela que mora a felicidade, os aprendizados e o crescimento, e estão nela também as adversidades que proporcionam nosso desenvolvimento. Caminhe no seu tempo.
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Procure ajuda
Quando a vergonha e a timidez geram muito sofrimento, e, especialmente quando esse sofrimento se transforma em ansiedade exacerbada, pânico ou fobia social, o melhor apoio que você pode ter é o acompanhamento profissional. A psicologia e a psiquiatria são ciências incríveis e esses profissionais são muito qualificados para ajudar você a sair desses padrões emocionais. Não tenha preconceito e procure ajuda.
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