A verdadeira motivação nasce da autoconsciência
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Hoje convido vocês para refletirmos um pouco sobre motivação. Esse foi um tema que falei esse ano para os estudantes do curso de veterinária na Universidade Federal do Espírito Santo, rumo a um diploma e com muitos sonhos a serem realizados. Nessa e em outras etapas da vida costumamos ouvir: siga em frente, seja positivo, tenha motivação! Sim, tudo isso é muito bom, mas vamos olhar para essa sensação que nos impulsiona do ponto de vista do autoconhecimento e da Psicologia de Pontos Fortes.
Entendo que a verdadeira motivação só encontra terreno fértil para nascer e se sustenta se eu tiver consciência de quem eu sou, senão, não há livro de autoajuda, mentor, coaching, guru ou Papa que faça isso por mim.
No Círculo, entendemos o fluxo: Conhecimento gera Movimento, que gera Transformação. Ou seja, quanto mais autoconsciência eu tiver de quem sou, onde estou e onde quero chegar, mais movimento é gerado, porque sei o que me sobra e o que me falta. No que me sobra, sei onde posso dividir, compartilhar com os outros. No que me falta, sei onde posso buscar parcerias. Isso gera movimento em nós, um movimento que é relacional. Nunca é algo independente, a vida é relacional, por mais que a gente queira se isolar.
A verdadeira motivação nasce da autoconsciência. E a autoconsciência nasce a partir de um processo de autoconhecimento.
Não existe motivação sem viver processos de autoconhecimento
Autoconhecimento ainda é uma palavra nova para nosso vocabulário atual. E eu tenho estudado e constatado a partir da Psicologia de Pontos Fortes uma grande motivação para isso. Um caminho para o autoconhecimento aliado ao processo de coaching do Instituto Gallup,no qual sou formado e certificado.
A Psicologia de Pontos Fortes nasceu nos Estados Unidos com o psicólogo Donald Clifton, a partir de uma pesquisa realizada na Universidade de Nebraska. Um grupo de mil alunos foi submetido a um teste de leitura para ver quantas palavras liam por minuto. No primeiro teste os pesquisadores identificaram que uma parte das pessoas lia cerca de 90 palavras por minuto e outra lia 350 palavras por minuto. Isso naturalmente, sem ensinar técnica alguma.
Depois disso, os pesquisadores ensinaram aos dois grupos uma técnica de leitura rápida desenvolvida na Universidade, e aplicaram o teste novamente. O resultado foi que aqueles que inicialmente liam 90 palavras por minuto, passaram a ler 150. Um bom avanço. Porém, a surpresa veio no segundo grupo, que já lia 350 palavras por minuto sem nenhuma técnica. Esses passaram a ler 2.900 palavras por minuto. Isso chamou muito a atenção dos pesquisadores, pois, de início, não havia expectativa sobre os que já tinham uma boa aptidão para leitura.
A conclusão foi que os alunos do segundo grupo tinham um padrão natural de comportamento, pensamento e sentimento que fazia deles amantes da leitura e naturalmente bons nisso. Clifton entendeu que quando uma pessoa já é boa naturalmente em algo, e trabalha para aprimorar esse talento, torna-se extraordinário.
Assim, ele começou a idealizar a Psicologia de Pontos Fortes, baseando-se na pergunta: E se, ao invés de olharmos para o que não temos de bom (o que nos falta), começássemos a olhar para o que somos naturalmente bons e investíssemos nisso?
E aqui chamo atenção para o nosso sistema de educação, que ainda têm origem na era industrial, em que precisávamos formar apenas operários para uma linha de montagem, com conhecimentos básicos e repetitivos. Em uma linha de montagem o foco é no que está dando errado. E foi isso que levamos para nosso sistema de educação: atenção às fraquezas!
Provavelmente, na sua vida escolar, você fez aulas de reforço nas disciplinas em que não conseguia atingir a nota média necessária. E nunca fez aulas extras para aquela disciplina na qual tirava ótimas notas. O foco fica apenas em reforçar o que você não é bom e, assim, todos ficam na média. É a chamada uniformização.
Clifton percebeu ainda que os alunos que melhor aprenderam a técnica de leitura rápida foram também aqueles que desenvolveram uma relação de afeto com os professores. Mostrando que o estímulo afetuoso está intimamente ligado ao processo de aprendizagem.
A Psicologia de Pontos Fortes leva a gente para outro patamar
O fato é que não fomos educados a realizar, a se motivar, e sim a repetir padrões. A Psicologia de Pontos Fortes leva a gente para outro patamar, em que investimos tempo nos talentos, para desenvolver pontos fortes exclusivos. E isso não significa ignorar as fraquezas, mas gerenciá-las!
A chave da motivação é entender como aplicar o que a gente mais ama no nosso dia a dia. Que tipo de atividade você tem vontade de fazer de forma natural? Sua vontade está muito ligada ao seu amor, a gente não ama sem vontade.
Nada desloca mais energia no universo do que o amor. Então, onde está o seu amor? Lá estão seus pensamentos, movimentos e atitudes.
E para concluir, um exercício para ajudar a identificar os seus talentos. Tente lembrar quais foram aqueles momentos na sua vida em que você fez algo e pensou “Nossa, nesse dia eu fui bem! Eu consegui lidar bem com aquela determinada situação”. Quais foram os desafios enfrentados e como você os resolveu? Observe. Comece a passar mais tempo olhando para o que fez de certo. Você não precisa mudar quem é, mas esse conhecimento vai dar clareza para ser a melhor versão de você mesmo.
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