Os três macacos sábios: a sabedoria em trabalhar juntos
A maioria das pessoas já se deparou em algum lugar ou em redes sociais com a figura de três macacos fazendo gestos com suas mãos, se não foram os macaquinhos, podem ter visto montagens parecidas com pessoas ou outros animais.
Entretanto poucos sabem da simbologia escondida por detrás dessa imagem super popular; a lenda dos três macacos sábios surgiu na China e perde-se no tempo a sua origem exata. Os três macacos sábios possuem nomes e propósitos diferentes.
Os Três macacos sábios
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Kikaru, o macaco surdo
Kikaru observa as más ações dos homens, espantado com tudo de mal que os homens cometiam, de quando em quando ele contava ao macaquinho cego o que via, através da fala, pois este não enxergava.
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Mizaru, o macaco cego
O macaquinho cego Mizaru tinha como função contar a Iwaru, o macaco mudo, tudo que Kikaru contava para ele, pois Iwaru não podia pedir informações através de sua voz inexistente.
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Iwazaru, o macaco mudo
Esse macaquinho recebia todas as mensagens de Mizaru e tinha a função de observar se os castigos dados pelos deuses aos que cometiam as maldades estavam sendo cumpridos de maneira adequada, pois no final era ele que decidia – através de gestos e do olhar – qual seria a punição para cada tipo de maldade.
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Aprendendo com a fábula dos três macacos sábios
Para resumirmos a fábula dos três macaquinhos, precisamos entender que eles são enviados pelos deuses, que estão muito ocupados, para vigiar as ações humanas na Terra e verificar se essas ações são justas ou injustas, violentas ou pacíficas, boas ou más, generosas ou mesquinhas.
O que aprendemos, apenas com a observação no modo como os macaquinhos agem, é observar de maneira mais imparcial possível, contornando e compreendendo os fatos sem se envolver com os mesmos, julgá-los a uma distância justa e tomar nossas decisões baseadas nas duas observações anteriores, sem emitir nenhum julgamento que possa prejudicar algo ou alguém.
Para alcançar esse objetivo os três macaquinhos resolvem adotar a famosa postura, “nada ouço, nada vejo e nada falo”. Procedendo desta maneira certamente se chegará a uma solução mais justa para problemas de conflitos, ou como proceder em um caso que requer distanciamento.
Os macaquinhos adotam essa postura para que Kikazuro não se deixe influenciar pelo que ouve, o que pode interferir no julgamentos dos fatos que observa. Mizaru prefere fechar os olhos para ter confiança nas palavras de Kikazuro e não deixar que sua visão interfira na passagem da mensagem. Iwazaru prefere se manter em silêncio, pois quem é ele para emitir qualquer opinião sobre as ações humanas, já que eles são apenas mensageiros dos deuses e sua função é de determinar o castigo e não emitir opiniões desnecessárias?
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A lição dos três macacos sábios
O maior aprendizado é fazer o possível para ser justo e fiel aos valores necessários para se ter uma vida harmoniosa consigo mesmo e com os outros. Saber ver sem se influenciar, falar sem aumentar e agir adequadamente.
A vida em sociedade é complicada e nem sempre agimos de acordo com as regras básicas para se manter uma boa vivência com todos, inclusive com aqueles que amamos.
Por razões banais ou mesmo mal interpretadas podemos fazer um julgamento parcial, através de fatos contaminados e agir inadequadamente, este tipo de comportamento impulsivo deve ser evitado a qualquer custo: pare, olhe, ouça e pense: “devo me concentrar essa é uma decisão importante que pode trazer consequências e o pior, más consequências, para pessoas boas ou pessoas que eu amo”.
A sabedoria da lenda dos três macaquinhos não reside no poder que eles possuem para punir as más ações humanas, mas na sabedoria para fazer a melhor escolha do melhor modo possível.
Saber conviver em grupo, saber o melhor de cada pessoa ao seu redor, reconhecer o melhor em cada um mesmo com diferenças, muitas vezes, difíceis de serem reconciliadas, mas que devem dialogar para se criar algo maior e harmonioso que possa correr longe e tocar corações distantes ou que pensamos não poder alcançar.
Trabalhar a harmonia não é algo fácil ou simples, requer responsabilidade, imparcialidade, respeito e coragem para acreditar no outro e confiar nele, trabalhar nossas habilidades para que cada um dê seu melhor e possa receber o melhor em troca, que no caso da lenda dos três macaquinhos é ter uma sociedade mais justa na qual se é recompensado pelo bem que tu realizas e punido pelo mal que tu cometes, mais do que isso aprendes com mal que cometes para que não repitas e quando testemunhares não o deixes que se repita a um próximo ou ente querido.
A velha sabedoria chinesa nunca perde sua majestade e mesmo nos dias atuais sempre achamos um modo de utilizá-la em nossas vidas para o desenvolvimento espiritual e para a vida em sociedade, quanto mais em nossa sociedade que evolui numa velocidade nunca antes vista, saber parar e olhar, analisar e agir são dons essenciais para o mundo moderno.
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