Salmo 39: as palavras sagradas de quando Davi duvidou de Deus
O Salmo 39 é um salmo de sabedoria em forma de lamentação pessoal. É um salmo incomum em vários aspectos, especialmente porque o salmista finaliza as palavras pedindo a Deus que o deixe em paz. Entenda o significado dessas palavras sagradas.
O poder das palavras do Salmo 39
Leia as palavras abaixo com muita fé e sabedoria:
- Disse eu: Guardarei os meus caminhos para não pecar com a minha língua; guardarei a minha boca com uma mordaça, enquanto o ímpio estiver diante de mim.
- Com silêncio fiquei qual um mundo; calava-me mesmo acerca do bem; mas a minha dor se agravou.
- Escandeceu-se dentro de mim o meu coração; enquanto eu meditava acendeu-se o fogo; então com a minha língua, dizendo;
- Faze-me conhecer, ó Senhor, o meu fim, e qual a medida dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou.
- Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.
- Na verdade, todo homem anda qual uma sombra; na verdade, em vão se inquieta, amontoa riquezas, e não sabe quem as levará.
- Agora, pois, Senhor, que espero eu? A minha esperança está em ti.
- Livra-me de todas as minhas transgressões; não me faças o opróbrio do insensato.
- Emudecido estou, não abro a minha boca; pois tu és que agiste,
- Tira de sobre mim o teu flagelo; estou desfalecido pelo golpe da tua mão.
- Quando com repreensões castigas o homem por causa da iniquidade, destróis, como traça, o que ele tem de precioso; na verdade todo homem é vaidade.
- Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque sou para contigo como um estranho, um peregrino como todos os meus pais.
- Desvia de mim o teu olhar, para que eu tome alento, antes que me vá e não exista mais.
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Interpretação do Salmo 39
Para que você consiga interpretar toda a mensagem deste poderoso Salmo 39, confira abaixo a descrição detalhada de cada trecho dessa passagem:
Versículo 1 – Enfrearei a minha boca
“Disse eu: Guardarei os meus caminhos para não pecar com a minha língua; guardarei a minha boca com uma mordaça, enquanto o ímpio estiver diante de mim”.
Neste versículo, Davi mostra-se determinado a sofrer em silêncio, a tapar a sua boca para não dizer tolices frente aos ímpios.
Versículos 2 a 5 — Faze-me conhecer, Senhor
“Com silêncio fiquei qual um mundo; calava-me mesmo acerca do bem; mas a minha dor se agravou. Escandeceu-se dentro de mim o meu coração; enquanto eu meditava acendeu-se o fogo; então com a minha língua, dizendo; Faze-me conhecer, ó Senhor, o meu fim, e qual a medida dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou. Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade”.
Esses versículos resumem um pedido de Davi para que Deus o faça mais humilde, ele reforça que toda a força que os homens dizem ter é pura vaidade, como algo que não tem significado e que passa depressa.
Versículos 6 a 8 – A minha esperança está em ti
“Na verdade, todo homem anda qual uma sombra; na verdade, em vão se inquieta, amontoa riquezas, e não sabe quem as levará. Agora, pois, Senhor, que espero eu? A minha esperança está em ti. Livra-me de todas as minhas transgressões; não me faças o opróbrio do insensato”.
Neste versículo, Davi mostra como ele sabe que a sua única chance de misericórdia, a sua única esperança. Entretanto, esse salmo é incomum pois ele revela que Davi tem problemas com os castigos impostos por Deus. Ele encontra-se em um dilema: não sabe se pede ajuda a Deus ou se pede que Ele o deixe em paz. Isso não acontece em nenhum outro salmo, pois em todos Davi fala de Deus com atos de louvor. No fim desse trecho, ele reconhece o seu pecado, suas transgressões, e se entrega à misericórdia divina.
Versículos 9 a 13 – Ouve, Senhor, a minha oração
“Emudecido estou, não abro a minha boca; pois tu és que agiste, Tira de sobre mim o teu flagelo; estou desfalecido pelo golpe da tua mão. Quando com repreensões castigas o homem por causa da iniquidade, destróis, como traça, o que ele tem de precioso; na verdade todo homem é vaidade. Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque sou para contigo como um estranho, um peregrino como todos os meus pais. Desvia de mim o teu olhar, para que eu tome alento, antes que me vá e não exista mais”.
Davi permaneceu em silêncio durante algum tempo de sua aflição, mas diante de tanto sofrimento, não conseguiu se calar. Ele clama que Deus o salve, que Deus diga alguma coisa, e mostra um ato desesperado. Como não ouve qualquer resposta de Deus, ele pede que Deus o poupe e o deixe em paz. A dor e a angústia de Davi foram tão grandes que ele duvidou que valia a pena aceitar o castigo e esperar a misericórdia divina.
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