Orixás Regentes de 2024: o axé que você precisa em sua vida

Iemanjá e Ogum de acordo com o Candomblé Ketu e Barã e Iansã de acordo com o Batuque: esses são os orixás regentes de 2024. Fique por dentro de tudo e leia as entrevistas com uma Yalorixá da vertente Candomblé Ketu e um Babalorixá da vertente Batuque. Conheça em detalhe as tendências que os orixás trazem para a sua vida no novo ano!
Nessa matéria você vai encontrar:
Orixá de 2024: Candomblé Ketu e Umbanda
As cores vibrantes, os tambores que falam à alma, os movimentos que contam histórias e os cantos que invocam o sagrado; assim se desenha a tapeçaria das religiões de matriz africana. E, claro, com tudo isso vêm os Orixás Regentes de 2024.
Em um mundo repleto de diversidade mística, as tradições oriundas da África resplandecem como um bordado de conhecimentos ancestrais que continuam a inspirar e guiar muitos corações.
O Candomblé Ketu, por exemplo, transporta-nos para um universo onde a natureza e a espiritualidade entrelaçam-se de forma única. Os rituais, os ebós, os orôs são, antes de tudo, maneiras de estreitar os laços com as divindades, conhecidas carinhosamente como Orixás. Cada Orixá tem sua essência, sua história, seu axé – uma energia que nos envolve, nos protege e nos guia.
A Umbanda, com sua abrangente aceitação e síntese de diversas tradições, encanta pela sua universalidade. Ela abraça, acolhe e celebra a diversidade, tendo em seu cerne a crença no amor e na caridade como pilares de evolução espiritual. Nela, os Orixás dançam ao lado de Caboclos, Pretos-Velhos e Erês, numa harmonia que celebra a pluralidade da existência.
No sul do Brasil, o Batuque ressoa com força e vigor, sendo uma manifestação autêntica da espiritualidade afro-brasileira dessa região. Cada batida do tambor reverbera os anseios, desejos e tradições daqueles que encontram na fé uma maneira de se conectarem consigo mesmos e com o divino.
Gostou? Então, mergulhe nesse oceano de fé e descubra os mistérios, as danças e os encantos que só os Orixás podem nos revelar!
Orixás Regentes de 2024: entrevistas com o sagrado
À medida que nos preparamos para abraçar 2024, mergulhamos nas tradições e nos segredos ancestrais das religiões de matriz africana, buscando compreender as energias e as bênçãos que o próximo ano reserva. E quem melhor para nos guiar nesta jornada espiritual do que aqueles que dedicam suas vidas ao estudo e à prática dessas tradições?
Primeiro, temos o privilégio de conversar com uma Yalorixá da vertente Candomblé Ketu, cujo conhecimento profundo sobre rituais, deidades e práticas nos oferece uma perspectiva única sobre os Orixás que regerão 2024.
Com sua voz suave, ela nos introduz ao universo místico do Candomblé Ketu, revelando não apenas os Orixás deste próximo ciclo, mas também os detalhes intrincados das oferendas e comidas que podem ser preparadas em reverência.
Em seguida, nos voltamos para a região Sul do Brasil, onde um Babalorixá da vertente Batuque nos acolhe com sua energia vibrante.
Em uma conversa envolvente, ele desvenda os mistérios da tradição do Batuque para 2024, elucidando as particularidades dos Orixás regentes e as práticas ritualísticas que reverberam a essência dessa vertente tão singular.
Ambas as entrevistas são um convite à reflexão, à conexão e ao respeito pelas variadas manifestações da fé afro-brasileira. Prepare-se para uma viagem de descobertas, de encontros com o sagrado e de um profundo entendimento sobre o que 2024 nos reserva sob o olhar dessas poderosas divindades.
Iemanjá e Ogum: Orixás Regentes de 2024, de acordo com o Candomblé Ketu
Desde os tenros 14 anos, Ìyá Tolomi foi apresentada ao universo místico do Candomblé por uma amiga de escola, cuja mãe ostentava o respeitado cargo de Iyalorisa, amplamente conhecido como Mãe de Santo.
Sua jornada se desenrolou nessa religião afro-brasileira, que tem suas raízes profundas na Bahia e se dedica fervorosamente à mitologia dos orixás, abrangendo seus caminhos, rituais e oferendas sagradas. O Candomblé, como descreve Ìyá Tolomi, se distingue de outras vertentes por sua conexão intensa com oráculos, em especial o Jogo de Búzios.
Ao refletir sobre sua trajetória, Ìyá Tolomi revela que, embora tenha estado imersa na religião por 14 anos como devota e iniciada, foi nos últimos 3 anos que ela abraçou seu papel vitalício como Yalorixá, liderando e iluminando sua comunidade com sua sabedoria e devoção.
Gentilmente, Ìyá Tolomi participou dessa incrível entrevista sobre os Orixás Regentes de 2024 e suas práticas mais indicadas. Acompanhe!
1
Sobre os Orixás Regentes, é verdade que cada terreiro tem um método específico para saber quem serão?
Dentro da vertente Candomblé Ketu, o método é o Jogo de Búzios, em outras vertentes podem haver oráculos para confirmações diferentes.
2
Existe algum método tradicional de seleção do Orixá Regente de um ano?
O Jogo de Búzios é o método mais tradicional de se apurar o Orixá Regente de um grupo, comunidade ou local, pois consulta o plano astral e os orixás para trazer a resposta.
3
É comum vermos diferentes terreiros apresentarem diferentes Orixás Regentes. Isso ocorre por qual motivo? Tem ligação com a comunidade daquele local, com a vertente da religião?
Ocorrem diferentes respostas pois é ligado a comunidade do qual está sendo apurada a regência anual, não sendo válido para todos os locais, pois são diferentes crenças, energias e também filosofias/comportamentos.
5
Qual a influência de Yemanjá e Ogum em nossas vidas em 2024?
Os orixás regentes determinam quais serão as energias, características e qualidades que devemos nos basear no ano de 2024 para que tenhamos sucesso.
6
Quais são as tendências que os Orixás Regentes trazem para o amor, finanças, sociedade…?
Iemanjá promove a família, tendência a aumento de casamentos em uma comunidade, criação de filhos (sejam biológicos ou adotivos), estabilidade familiar e harmonia no lar.
Ou seja, as pessoas estarão voltadas para favorecer seus entes queridos. Além disso, também fala sobre melhorias na educação e preocupações voltadas a melhorar a saúde mental.
Já Ogum nos fala sobre trabalhar exaustivamente para atingir nossos objetivos, melhorar as tecnologias e promover a ciência. É o orixá do progresso do ser humano.
Assim, essa combinação fala de estarmos voltados à realização de sonhos e colocar os planos em prática, com esforço, favorecendo o cuidado e o crescimento da família.
7
Quais as cores e comidas dos Orixás Regentes de 2024? Podemos incorporar essas comidas em nossa ceia de ano novo?
As cores serão:
- azul escuro;
- branco.
E as comidas são:
- inhame;
- feijão preto;
- canjica branca;
- manjar.
Podemos, sim, inserir essas comidas na ceia de Ano Novo para trazer a energia desses orixás.
8
Quais oferendas podemos fazer para Iemanjá e Ogum? Aliás, qualquer pessoa pode fazer oferenda?
Qualquer pessoa pode ser um devoto de orixá, sem necessariamente uma iniciação dentro do culto religioso.
Como devoto, você pode ofertar comidas, flores, frutas, de acordo com o orixá no qual se quer prestar a homenagem. As comidas votivas de Iemanjá são sempre brancas, sendo apreciada a canjica branca cozida com mel, frutas verdes e flores brancas.
Para Ogum tudo é feito com muito dendê e cores fortes, sendo apreciado o feijão preto refogado com dendê e cebola, inhame cozido, banana frita no dendê, entre outros.
O ideal é que mesmo em prática solo como devoto, consultar um sacerdote que entenda do culto às divindades africanas para que a oferenda seja realizada de forma correta.
Siga Ìyá Tolomi nas redes sociais para ficar por dentro dos eventos e novidades. E, se quiser uma consulta, você pode fazer um agendamento nesse link. Ogunhê! Odoyá, Iemanjá!
Bará e Iansã: Orixás Regentes de 2024, de acordo com o Batuque
A vida, com suas reviravoltas e desafios, levou o jovem Edson ao coração da religião afro-brasileira em 1977. A mudança para Rio Grande/RS trouxe adversidades familiares, como a doença do pai, culminando na busca por bênçãos em um terreiro de Umbanda. Entretanto, uma camisa benzida que Edson relutou em vestir viria a transformar seu destino.
Despertado pela curiosidade, o então menino católico, foi chamado pelo caboclo “Arruda”, a entidade chefe do terreiro, que percebeu sua ausência no ritual. Lá, envolto pelos ritmos do conga e pela energia do espaço, Edson foi identificado como alguém com uma missão religiosa especial.
Com o coração aberto, ele aceitou iniciar sua jornada na Umbanda. O caminho, no entanto, o levou ao encanto do Batuque, religião dos escravos que celebra os orixás, as forças da natureza.
Ao longo dos anos, Edson não apenas absorveu as tradições do Batuque, mas também mergulhou na Umbanda, com seus rituais indígenas e entidades diversas como caboclos, pretos velhos, erês, ciganos e baianos. Além disso, abraçou a Quimbanda, uma vertente da Umbanda centrada nos Exus, guardiões muitas vezes mal interpretados.
Hoje, com 23 anos de sacerdócio, Babalorixá Edson une em sua prática o Batuque, a Umbanda e a Quimbanda, tornando-se uma ponte entre tradições e compartilhando a rica cultura da fé afro-brasileira.
O querido Babalorixá Edson bateu um papo conosco e forneceu informações valiosíssimas. Confira!
1
É verdade que cada terreiro tem um método específico para saber quem serão os Orixás Regentes e, além disso, por qual motivo apresentam entidades diferentes?
Sim, é verdade. Eu não diria um terreiro, mas em específico uma região do Brasil ou estado.
Os orixás possuem dias e cores diferentes entre o Sul, Sudeste e Nordeste. O que faz a diferença na regência anual é isto. Além do mais, a cultura local também é um fator importante que altera as regências.
2
Existe algum método tradicional no Batuque para fazer a seleção do Orixá Regente?
Sim. Tratando do batuque do RS o orixá regente do ano sempre será aquele do dia primeiro de janeiro.
Cada orixá governa um dia da semana. Se este dia da semana for dia primeiro de janeiro. Logo será este o governante de todo o ano.
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De acordo com o Batuque, quem serão os Orixás Regentes de 2024?
No batuque do RS, o dia primeiro de janeiro de 2024 será uma segunda-feira, dia do orixá Bará, o mensageiro. O senhor dos caminhos, Aquele que guarda os nossos portões. Aquele que é o senhor da chave sagrada que tanto abre como fecha.
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E ele vem sozinho?
Não, Bará vem acompanhado da senhora dos ventos e tempestades: Oyá-Iansã “A guerreira”.
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Bará e Iansã irão influenciar em algo as nossas vidas?
Terão muita influência! Sobre este aspecto, podemos ter a certeza que o ano terá muitas tempestades acompanhado de intenso calor o que já nos é visto diante do clima da terra.
Os orixás se movimentam por meio da natureza. Sempre para proteger o planeta.. Todavia, também podemos esperar boas oportunidades em nossos rumos, planos e transformações.
É preciso plantar para colher com fé.
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Quais as tendências que Bará e Iansã trazem para as questões amorosas, vida financeira e sociedade?
Haverá uma grande oportunidade das pessoas olharem mais para as outras com olhar de união. Amor com troca de alianças. É chegado o momento de entender que estar unido em aliança é melhor que viver uma vida de aventuras.
Nas finanças, surgirão oportunidades que deverão ser aproveitadas uma vez que o senhor dos caminhos em sua influência nos empurra para os inícios, reinícios e novidades inesperadas.
O mesmo acontece com a sociedade. Estejamos atentos aos sinais emanados de coisas novas que podem ser muito boas oportunidades. Cabe a nós avaliar e decidir.
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Quais as cores e comidas do Bará e Iansã podemos incorporar em nossa ceia de Ano Novo?
As cores são o vermelho e a combinação de vermelho e branco.
O orixá Bará aprecia uma mesa com bifes acebolados. Carne de primeira sem osso e feita a gosto! Assim como frutas, em especial as peras. Uma mesa vermelha de final de ano é lindo, não?
Iansã aprecia as maçãs! Assim como, rosas brancas e vermelhas. Imaginou que bela mesa? Ela também gosta de batatas doces fritas e acarajé.
Sendo este último só pode ser feito por alguém com o axé para preparo.
Então tenha na mesa frutas entre elas maçãs e peras. Enfeite com rosas e prepare bifes acebolados ou carne assada.
A sobremesa seria um doce de batata doce em calda. Dica: creme de leite sobre, daria aquele sabor especial!
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Quais oferendas podemos fazer para Bará e Iansã? Aliás, qualquer pessoa pode fazer?
Sim, qualquer pessoa pode. Pois, existem oferendas mais específicas que exigem estudo e conhecimento e outras universais que devem fazer como ato de gratidão e fé .
Para o orixá Bará, prepare uma bandeja de papelão quadrada forrada com 3 ou 7 folhas de mamona, pipoca, 3 bifes mal passados em azeite de dendê, três batatas assadas com casca e três peras. Coloque a bandeja em um cruzamento pedindo que as estradas da vida estejam abertas para si e para todos.
Dica: procure nunca deixar objetos que não sejam perecíveis, ou seja, prefira as bandejas de papelão às de metal. O orixá e a natureza agradecem.
Para Iansã, leve na praia uma bandeja redonda prateada com pipoca, três maçãs; pétalas de rosas vermelhas, 3 doces feito de massa, tipo bomba (éclair) ou Nariz Entupido (um tipo de cannoli).
À ela, peça união dos casais, proteção da espada contra a violência dos ventos e más intenções alheias.
A todos os orixás, pedimos proteção e saúde. Força para vencer os obstáculos da vida. Axé pra nós!
Acompanhe as redes sociais do Babalorixá Edson e, se desejar, marque uma consulta com ele clicando aqui. Alupô! Eparrei Oyá!
Por fim, desejamos que 2024 seja repleto de axé com as bênçãos dos Orixás!
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