Yin e Yang: uma fonte de equilíbrio
Você provavelmente já viu ou ouviu falar do símbolo Yin e Yang (aquele círculo metade preto, metade branco). Ele traduz a natureza dual de todas as coisas no Universo. É um conceito profundamente enraizado na filosofia Taoísta que representa inclusive o constante estado de mudança das coisas. Como o Yin e o Yang são opostos complementares, se inter relacionam, se transformam, e um não pode existir sem o outro, assim como o feminino e o masculino.
A priori, qualquer fenômeno na natureza pode ser entendido através da compreensão do Yin-Yang. As polaridades feminina (yin) e masculina (yang) têm características muito particulares entre si. Mas são através delas que fazemos trocas energéticas, uma sempre movimentando a outra e vice-versa. Por exemplo, a névoa da manhã (yin) é dissipada pelo calor do sol (yang); A escuridão da noite (yin) é substituída pela luz do dia (yang). Pode, no entanto, estarmos em desequilíbrio?
Na filosofia Chinesa, quando uma dessas polaridades está em maior evidência que a outra, ultrapassando a outra polaridade, ocorre uma rejeição da Dialética Universal e possivelmente o desequilíbrio nos causa males.
Nesta Dança Universal entre o que é crescente e decrescente, masculino e feminino, permanecemos sempre na busca pela Dialética Universal, o equilíbrio desejado que nos permita atingir o objetivo mais pura da existência: transcender. E muito embora a dança perpétua e mutante dessas dualidades tangíveis descreva a beleza da vida, dominar o equilíbrio de nossas energias Yin e Yang pode nos dar a chave para desbloquear nosso Eu Superior interno. Mas como podemos fazer isso?
“Se compreende a filosofia do yin e Yang compreenderá a filosofia da vida”
Mente; Corpo e Espírito
Existem 3 caminhos possíveis para a fonte de equilíbrio das energias Yin-Yang: a Mente; o Corpo; e o Espírito.
A Mente
Uma das maneiras de se conseguir o equilíbrio é através da meditação como prática diária. Ela é uma excelente ferramenta para reequilibrar nossas energias e em como elas se manifestam em nossa auto-imagem e identidades.
A prática é simples. Sentar-se de maneira confortável, busque o ponto de equilíbrio com as pernas cruzadas, que devem ser trocadas e usadas em rotação, com as palmas descansando levemente nos joelhos ou voltadas para cima. Durante a prática, podemos trabalhar a visualização de nossos dois hemisférios atuando em equilíbrio, ou usar a respiração para canalizar a luz e amar igualmente ambos os lados do corpo. Aqui, você pode encontrar emoções e despertar alguns pensamentos. Neste caso, adote a postura de mero observador, como faria em qualquer meditação.
O Corpo
Yoga, Tai Chi, Qi Gong, Pranayama e várias outras terapias alternativas, como a Cinesiologia, que trabalham com os Meridianos do corpo, por exemplo, fornecerão essa experiência. Mas você nem precisa introduzir tais disciplinas ou terapias (exceto, é claro, se você tem uma afinidade particular por uma); pois ao tornar-se consciente de seus hábitos diários e como você pode favorecer um lado sobre outro já o ajudará a corrigir o equilíbrio entre Yin e Yang.
O filósofo e educador, Rudolph Steiner, acreditava que uso da mão esquerda (canhoto) refletia uma fraqueza cármica e incentivava os educadores a ensinar as crianças a serem destras para escrever, mas ambidestras em seus movimentos gerais. O fato pode não ser verdade, mas cada um de nós favorece mais um lado do corpo que o outro. Podemos propor um exercício bastante interessante: Primeiro, escreva com sua mão de escrita, seus dez principais atributos. Em seguida, escreva outros dez atributos, com a mão inábil. Em seguida, faça uma pergunta (escrevendo no papel) com sua mão hábil e “responda” com a sua outra mão. Não analise a resposta, apenas faça. Tenha uma conversa inteira com esse hemisfério não utilizado. Você pode se surpreender com os resultados.
O Espírito
A melhor maneira de se reequilibrar as energias Yin-Yang que nos representam, é praticando, sobretudo, a aceitação, o perdão, e a gratidão. Nenhum desses três elementos representam a si mesmos de maneira simples. Todos precisam ter como objetivo o amor universal do qual somos fruto enquanto seres viventes.
A aceitação não é pautada nas experiências dos outros, mas naquilo que vivemos, e muitas vezes, sobre o que não temos controle, até mesmo os momentos ruins. Em seguida, o perdão, pela ignorância de não compreendermos as nossas faltas, nem as dos que nos cercam. Por último, a gratidão por cada segundo de aprendizado, mesmo quando ainda não podemos aceitar plenamente ou perdoar, sequer compreender a finalidade dos eventos que ocorrem em nossas vidas.
Esses passos nos aproximam de nosso Eu interior e do Amor universal, equilibrando o negativo em nós com o positivo porque na qualidade de indivíduos imperfeitos, em constante conflito entre essas energias, ao invés de equilíbrio, estaremos nos trilhos da luz e da harmonia com coragem para atingir o equilíbrio que tanto desejamos.
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