Como é o tempo: linear, circular ou uma ilusão?
A sobrevivência foi o fator que levou a humanidade a pensar o tempo para compreender e vivenciar a diversidade do espaço físico a nossa volta. Era preciso entender quando plantar e quando colher, as estações do ano e épocas de cheia. E, com a sequência de dias e noites junto com as estações do ano, formamos essa ideia que percebe o tempo como entidade linear.
“O tempo é absoluto, verdadeiro e matemático, e transcorre uniformemente”
Na escola, a didática nos dá a impressão de que o tempo é uma linha reta: temos o zero, à esquerda o negativo e, à direita do zero, o positivo. Toda a nossa experiência de vida baseia-se na suposição de que podemos dividir o tempo em passado, presente e futuro. Mas, se pensarmos a respeito, podemos concluir que a noção de tempo funciona muito mais próxima da circularidade do que da linearidade. Nesse plano cartesiano, onde fica o agora? E, o mais importante, o que é esse agora?
Na verdade, o agora é influenciado pelo que passou e também pelo que será. O que decidimos agora vai projetar o futuro, mas também impacta com o passado. Espere. Como assim podemos alterar o passado?
Muito simples. Tomemos os rios como exemplo. A poluição que aprisiona nossas águas foi iniciada pelos nossos ancestrais, muito antes de nascermos. Assim, parece que esse feito é imutável e que temos pouco controle a respeito. Já está feito. Porém, se, agora, decidirmos não poluir mais os rios e realizar um trabalho de limpeza, este rio que estava totalmente sujo, contaminado e impedido de fluir conforme sua natureza, pode se tornar límpido novamente. Dessa forma, com uma decisão do agora, alteramos um feito do passado. Nossas atitudes podem transformar até mesmo o karma dos nossos ancestrais, suportando essa ideia de circularidade do tempo como uma entidade única, onde todas as suas partes estão interligadas.
Ou seja, o tempo, como conhecemos, não existe de verdade.
O futuro já aconteceu?
Essa é uma pergunta complexa. Se o futuro é uma consequência do agora, como videntes podem acessar eventos que ainda não aconteceram? Ao pensarmos sobre o tempo temos o passado, composto de eventos que já aconteceram e que não existem mais. O futuro, nessa lógica, é feito de acontecimentos que não existem, portanto, ninguém tem condições de saber sobre ele. E a fronteira entre o passado e o futuro é o presente, que se converte em futuro à medida que o tempo avança.
“Para nós, físicos presunçosos, passado, presente e futuro são apenas ilusões, ainda que persistentes”
Essa ideia estava segura ao longo da história, até o advento chamado Einstein. Com a Teoria da Relatividade, o conhecimento dos físicos nessa área deu um salto enorme. Einstein mostrou que dois acontecimentos podem ocorrer simultaneamente para um observador, enquanto outro observador que se mova em relação ao primeiro perceberá os mesmos fatos um depois do outro, enquanto um terceiro poderá até ver os dois acontecimentos numa ordem inversa. Ou seja, não estamos seguros nem mesmo no agora! Tudo acaba por ser relativo, destruindo qualquer ideia linear de passagem do tempo.
Mas essa é a ideia científica, que pode ser completada pela visão espiritual. Sabemos que alguns eventos já estão marcados para acontecer, como a data de nossa morte. Mais uma vez, vemos que o tempo é uma ilusão, e, por mais interligadas que as coisas estejam, certos acontecimentos não podem ser alterados. Mas, para entendermos melhor o conceito de tempo, passado, presente e futuro e conseguirmos separar o que é imutável do que é passível de interferência, temos que adicionar a esta equação o livre-arbítrio. Pois, é justamente pela interligação entre os “entes” do tempo, que tudo se conecta. Nossas escolhas têm uma função determinante em relação ao futuro e, como vimos acima, em relação ao passado também.
Partes do futuro estão definidas, mesmo que ainda não tenham acontecido. Mas boa parte da construção do que chamamos de futuro, uma vez encarnados na matéria, depende das escolhas que fazemos e o rumo que damos a sequência de acontecimentos da vida.
“Cada minuto que passa é uma nova chance para mudar tudo”
Os videntes preveem o que então?
Se fosse suposto ao homem saber de seu futuro, nós teríamos acesso naturalmente aos acontecimentos do porvir. Mas não funciona assim. Até mesmo porque, como já falamos, o futuro depende das nossas ações e está intrinsecamente ligado ao nosso livre-arbítrio. Entretanto, os videntes estão aí e muitos deles conseguem acessar acontecimentos futuros. Como isso é possível? Prever o futuro anula o livre-arbítrio?
Esse questionamento faz muito sentido. Se eu tenho a previsão do meu futuro nas mãos, por que vou fazer algo para mudar o que já sei que vai acontecer, em vez de simplesmente esperar o que já vai ocorrer de qualquer forma? Ocorre que a vidência não prevê todos os acontecimentos do futuro. Ela alerta e orienta sobre o que pode ocorrer, falando de circunstâncias. Ou seja, é como olhar para um céu muito nublado e dizer “vai chover”. Tudo indica que sim, a chuva está chegando, mas ela pode nunca se concretizar. Os videntes trabalham com probabilidades.
Isso acontece justamente pelo poder que cada um tem de mudar sua própria história, o que pode anular ou alterar as previsões feitas anteriormente sobre determinado aspecto da sua vida. O trabalho dos clarividentes é muito mais de orientação, servindo como guias espirituais para que você consiga passar por aquela fase ruim, do que determinar de fato o que vai acontecer. Assim, a autorreflexão é tão importante quanto a vidência nos momentos de desespero.
Há casos como Nostradamus, Cassandra e Rasputin, pessoas com dons divinos de prever o futuro. Muitas dessas previsões ocorreram com exatidão, mas nem todas. Para ajudar na evolução da humanidade, Deus envia seres evoluídos e dotados desse tipo de faculdade mediúnica para nos auxiliar na caminhada evolutiva. Sim, eles podiam prever o futuro e viam as cenas como um filme, com assombrosa clareza. Essa tela é mostrada pelos próprios mentores espirituais e com a permissão divina. Mas, veja que, nem mesmo eles, conseguiram ser exatos em todas as previsões que fizeram, justamente porque o curso da vida é imprevisível e tudo é determinado pelos acontecimentos e decisões tomadas.
Por isso, tentar prever o futuro não é de grande valia para nosso desenvolvimento. Mais vale buscar no presente e, às vezes, no passado, através de terapias regressivas, os motivos dos impasses e dificuldades que passamos, tendo a consciência de que o futuro que desejamos nem sempre é o melhor para nós e que ele depende, essencialmente, das nossas escolhas. Autoconhecimento é a chave para projetarmos o futuro que desejamos.
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A morte
Dentro dessa ideia de tempo linear, a morte representa o fim. Nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos, segundo essa linearidade temporal errônea. Quando, na verdade, o ciclo da vida e morte é um looping eterno, onde vivemos, morremos e renascemos outra vez. Somos eternos, e nada que é eterno pode findar.
A única coisa que morre é a experiência singular que adquirimos nas encarnações, pois, quando retornamos ao universo espiritual, essa consciência que chamamos de “eu” se funde à todas as outras experiências que já tivemos, nos tornando o ser completo que somos: o conjunto das experiências que temos a partir do momento que somos criados, somado aos atributos que recebemos em nossa criação original. Ou seja, essa individualidade que criamos na experiência encarnatória deixa de existir, o que não significa que morremos. Nós somos, na realidade, completos através da morte. Presente, passado e futuro também não existem, assim como a morte é também uma ilusão alimentada pela cultura e pela ideia de passagem do tempo, fluídico. O tempo como conhecemos, só existe para nós, consciências encarnadas na matéria da 3 dimensão. Deus está acima do tempo e todo o universo espiritual e as dimensões evolutivas também.
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