Seu cabelo anda caindo demais? Veja o que pode estar acontecendo
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Separamos algumas explicações para você lidar com o problema
Cuidar da saúde sempre foi importante, mas, com a correria do dia a dia, muitas vezes esquecemos de parar e observar o que nosso corpo fala – e fala bastante. Pequenos sinais podem revelar muito sobre o nosso atual estado de saúde. Um exemplo disso é a queda de cabelo, problema que independe da idade e afeta desde crianças até idosos.
De acordo com a dermatologista Karen Fernandes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo, é normal perder fios de cabelo diariamente, pois eles são cíclicos e estão em constante renovação. “Mas existem alguns indícios de queda aumentada dos fios, como encontrá-los em excesso no chão de casa, ao lavar e pentear o cabelo após banho ou mesmo na fronha do travesseiro [que acabou de passar a noite]”, explica a médica. “A queda aumentada pode significar que algo não está ou não esteve funcionando bem no organismo ou no couro cabeludo e deve ser investigada por um especialista”, aconselha a profissional.
MAS QUAIS SÃO OS TIPOS?
Existem várias doenças que podem afetar o couro cabeludo, o que acaba confundindo a maioria das pessoas. No caso específico da queda de cabelo, Karen explica que o principal – e mais comum – motivo costuma ser o “eflúvio telógeno agudo”, uma condição caracterizada por falhas, principalmente na região da entrada da testa, e pelo aumento da queda diária do cabelo, que ocorre, normalmente, após um fator estimulante, que pode ser:
- deficiência de ferro;
- disfunções da glândula tireoide;
- dietas restritivas com emagrecimento rápido;
- cirurgias (principalmente a bariátrica);
- parto;
- infecções agudas (como a covid-19);
- suspensão do anticoncepcional;
- dermatite seborréica (caspa) exacerbada;
- estresse agudo e intenso;
- certas medicações, como os corticosteroides.
“A queda de cabelo se inicia, em geral, três meses após o fator desencadeante e tende a durar por três meses, caso ele seja resolvido”, esclarece a médica.
Além disso, é importante ressaltar que as alopecias, o nome genérico para a queda de cabelo, podem ser divididas principalmente em dois grupos: as cicatriciais e as não cicatriciais. No primeiro, o folículo piloso, a estrutura que produz o cabelo, é destruído e substituído por uma cicatriz, levando à queda de cabelo irreversível.
Por outro lado, nas não cicatriciais, o folículo piloso altera sua atividade, parando de produzir o fio e gerando a queda. A tricologista Maria Júlia Verussa, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo e professora de pós-graduação do curso ‘TRICOS’, conta que as alopecias mais comuns são as não cicatriciais, como a calvície, a alopecia areata (queda de cabelo com falhas comum na infância) e o eflúvio telógeno agudo.
E A ALIMENTAÇÃO, INTERFERE?
Sim, e muito! Para manter o corpo saudável é fundamental que ela seja balanceada, e quando falamos de queda de cabelo isso não é diferente. Sendo assim, Karen reforça que a falta de nutrientes no organismo, seja vitaminas, proteínas ou minerais, pode fazer com que os fios fiquem fracos e caiam. “Para manter o cabelo saudável é importante ter uma alimentação equilibrada, evitando fast food e carboidratos em excesso, além de incluir frutas, legumes e verduras na alimentação diária”, explica.
Maria Júlia, por sua vez, complementa que não são alimentos específicos que pioram ou melhoram o cabelo. Segundo ela, comer sem restrições é o mais recomendado a se fazer, já que dietas restritivas e sem acompanhamento médico tendem a piorar a qualidade do fio por falta de nutrientes.
SHAMPOO FUNCIONA?
Infelizmente, nenhum desses produtos têm ação comprovada contra a queda de cabelo, visto que eles não conseguem acabar com a doença. Segundo Maria Júlia, como eles ficam no cabelo por pouco tempo durante a lavagem, acabam não absorvendo substâncias suficientes para curar a doença.
Contudo, de forma geral, os shampoos anticaspa são os que mais chegam perto disso, porque ajudam no tratamento da dermatite seborreica, a caspa, que pode ser um dos fatores desencadeantes do eflúvio telógeno agudo. Sempre é importante mencionar que a maneira mais adequada de lidar com a queda de cabelo é buscando tratamento profissional e não perdendo tempo usando tratamentos vistos na internet. “O diagnóstico é fundamental e interfere na eficácia de alguns tratamentos. Tempo é cabelo!”, afirma Karen.
TEM TRATAMENTO, SIM!
No momento, os procedimentos mais atualizados para cuidar da doença são: microagulhamento com injeção de remédios no couro cabeludo, lasers para ajudar no crescimento dos fios e transplante capilar. Os tratamentos ainda estão em processo de modernização, mas, segundo as profissionais, o passo mais importante é entrar em contato com um médico assim que notar qualquer irregularidade.
O QUE POSSO FAZER PARA PREVENIR?
A lista com as medidas para manter as madeixas saudáveis é extensa, mas existem alguns hábitos que podem auxiliar na prevenção da queda de cabelo, tanto a curto quanto a longo prazo.
De acordo com Maria Júlia, o cuidado mais importante é o diário, mantendo o couro cabeludo sempre limpo. “Também devemos escolher produtos específicos para o cuidado dos fios e diminuir os procedimentos químicos e o uso de dispositivos térmicos, como secadores e chapinhas”, complementa.
Por fim, Karen reforça que não é preciso esperar um diagnóstico para começar a cuidar dos cabelos, tratamento conhecido como ‘haircare’, um primo distante do ‘skincare’, cuidado facial muito famoso na internet.
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