Medicamentos homeopáticos: são mesmo eficazes?
Os medicamentos homeopáticos são tema de discussão em muitos países, por não existirem comprovações científicas de sua eficácia. Apesar dessa falta de provas, países como Portugal aceitam seus recursos, sugerindo como uma opção para algumas pessoas, além dos medicamentos e terapias tradicionais. A homeopatia é baseada na tese de Hipócrates, que defende que semelhante cura semelhante.
Os medicamentos homeopáticos seguem a lei da similitude, na qual certas substâncias se administradas em grandes doses, causam sintomas em uma pessoa saudável e quando administradas em quantidades muito pequenas, podem curar esses mesmos sintomas em uma pessoa doente.
A homeopatia trata o ser humano como um todo, não apenas a doença. Seu objetivo é reequilibrar a energia vital plenamente, orientada por quatro princípios: Lei dos semelhantes; experimentação farmacológica na pessoa saudável; doses infinitesimais e medicamento único individualizado.
Qual a diferença entre medicamentos homeopáticos e medicamentos tradicionais?
A principal diferença entre medicamentos homeopáticos e tradicionais é como eles funcionam. O tratamento tradicional (alopatia) busca eliminar o sintoma, enquanto a homeopatia usa substâncias que o agravam levemente, fazendo com que o corpo se fortaleça para combatê-lo.
Enquanto a alopatia utiliza medicamentos químicos, a homeopatia usa substâncias medicinais que podem ser originais de três reinos: vegetal, animal e mineral/químico. No tratamento homeopático, o processo de diluições faz com que a substância perca aos poucos a sua toxicidade, mantendo, entretanto, o efeito terapêutico.
Outra diferença entre os tratamentos é que a homeopatia usa uma abordagem individual, em que a mesma doença pode ser tratada de formas diferentes, já que o que importa são os sintomas e não a causa da doença. A alopatia por sua vez, baseia seu tratamento em eliminar ou neutralizar a causa da doença, promovendo a cura através da morte de microrganismos, diminuindo a temperatura do corpo e anestesiando a dor.
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A produção dos medicamentos homeopáticos e alopáticos
A produção de medicamentos alopáticos é feita em larga escala pela indústria farmacêutica, em doses determinadas. Porém, também podem ser produzidos em farmácias de manipulação. Uma crítica comum dos homeopatas referente à alopatia é o fato dos medicamentos terem a possibilidade de promover efeitos colaterais. Também defendem que os medicamentos homeopáticos não são tão agressivos, devido suas diluições sucessivas que fazem parte de seu processo de produção.
Apesar de todos os benefícios ressaltados pelos homeopatas, ainda não existem estudos científicos que comprovem a eficácia dos medicamentos homeopáticos. O sucesso atribuído a eles em alguns casos pode ser designado ao efeito placebo – um medicamento, substância ou outro tipo de tratamento que se parece com um tratamento normal, mas que não possui efeito ativo. Ou seja, não causa qualquer alteração no organismo, mas efeitos psicológicos da crença do doente de que está sendo tratado. A longo prazo, o placebo não serve como prevenção ou tratamento biológico de doenças.
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Como é a realidade dos medicamentos homeopáticos em Portugal?
Como falamos anteriormente, Portugal aceita os recursos da homeopatia, sugerindo como uma opção para algumas pessoas, além dos medicamentos e terapias tradicionais. A entidade responsável por avaliar e autorizar medicamentos homeopáticos é o INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P). O Infarmed disponibiliza informações sobre o caráter de medicamentos tanto alopáticos quanto homeopáticos, sobre sua inocuidade, garantindo que a homeopatia não comprometa a saúde pública do país.
A legislação portuguesa vigente determina dois procedimentos para autorização de medicamentos:
– Um processo de registro simplificado, em que medicamentos são introduzidos no mercado sem indicações terapêuticas, porém sob forma farmacêutica e dosagem que não apresentam riscos ao usuário. Estarão sujeitos a este regime os medicamentos que tenha as seguintes características: sejam administrados por via oral ou externa; apresentem um grau de diluição que garanta que não seja prejudicial; não tenham indicações terapêuticas especiais no rótulo ou em qualquer informação relativa ao medicamento.
– Possuem regime igual ao do restante dos medicamentos de uso humano, são comercializados com indicações terapêuticas ou com uma apresentação suscetível de apresentar riscos ao doente, devendo obedecer a testes toxico farmacológicos e clínicos.
Mensalmente, o Infarmed atualiza e publica listagens de medicamentos que foram registrados, que não foram autorizados por não assegurarem os requisitos da legislação, cancelados a pedido do requerente ou com comercialização suspensa.
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Cuidados que devem ser tomados no uso de medicamentos homeopáticos
Algumas regras devem ser levadas em conta quando você decide usar a homeopatia:
– Mulheres grávidas ou amamentando precisam consultar um médico antes de fazer tratamentos homeopáticos;
– Esses medicamentos não são recomendados para crianças com menos de um ano. Nas demais idades, aconselha-se realizar uma consulta prévia com um médico que acompanhe a criança;
– É preciso estar atento aos componentes dos medicamentos. Soluções que contenham valeriana, por exemplo, não devem ser usados por pessoas com epilepsia. As que contenham ginko, por sua vez, devem ser evitadas por doentes que produzam anticoagulantes, pois aumentam o risco de hemorragia.
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Saiba como ler um rótulo de um medicamento homeopático
Nos rótulos destes medicamentos, podem ser encontradas as designações CH, D ou X e LM ou L. Cada letra vai designar a diluição da medicação:
- CH (Diluição Centesimal Hahnemanniana, mais comum);
- D ou X (Diluição Decimal Hahnemanniana);
- LM ou L (Diluição Cinquenta Milesimal)
Veja um exemplo abaixo:
Um medicamento que se chama Chamomilla vulgaris 15CH é composto por camomila (Chamomilla vulgaris em latim), que passou por 15 diluições sucessivas de acordo com a escala de diluição centesimal de Hahnemann.
Homeopatas acreditam que a alopatia possui uma visão limitada do ser humano, não o levando em conta de forma holística. Porém, a homeopatia falha por não ter um método científico que comprove a eficácia de seus medicamentos. Alinhar ambos os tratamentos, sempre com orientação médica, pode ser um bom caminho para usufruir de todos os benefícios.
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