Conheça o significado de satori – um importante termo budista
Satori é um termo da cultura japonesa, traduzido como Wu em chinês. As palavras budha e bud, originam da raiz bud, que significa “despertar”, “ser consciente de”. Então, Buda é “o desperto”, enquanto bodhi é “iluminação”. O “Budismo” significa o ensinamento do iluminado, a doutrina da iluminação. Portanto, o que é ensinado por Buda se trata da realização do bodhi, que é o satori. O termo se refere ao centro dos ensinamentos budistas. Alguns creem que o satori é tradicional do Budismo Mahayana. Porém, antigos budistas também se referiam a isso, à realização do bodhi, que é baseada na doutrina da experiência do satori. Veja neste artigo, algumas explicações sobre o significado do termo e suas aplicações.
“Só há um tempo em que é fundamental despertar. Esse tempo é agora”
O significado de satori
No sentido literal, satori significa entender em japonês. Trata-se da expansão da consciência, a iluminação, equivalente aos termos Nirvana e Samadhi- que são usados na Índia para se referir à mente calada em seus 49 níveis. A consciência é projetada no plano mental e espiritual, se unindo ao todo e libertando-se dos conceitos de tempo, forma e espaço.
De acordo com Suzuki, satori é uma forma de percepção interior: “não naturalmente a percepção de um objeto específico, mas, por assim dizer, a faculdade de sentir a verdadeira realidade. É uma percepção de ordem mais elevada.”
Normalmente, os termos satori (entender) e kensho (despertar) são usados para se referir a experiências semelhantes. O kensho é uma pequena expansão da consciência, na qual temos um breve deslumbre da natureza verdadeira das coisas. Quando terminamos o kensho, voltamos ao adormecimento profundo de nossa mente, que forma o Ego em si. Enquanto satori, proporciona um estado mais duradouro e profundo.
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Aqueles que encontram o satori
As pessoas que encontram o satori passam por uma transformação interior de um modo revolucionário. Inicialmente, o ser que se tornou iluminado não percebe. Porém, ao conviver com outras pessoas, nota que está diferente. Quando se reúne com os outros, não se entende com todos como antigamente. Os que convivem com ele também possuem opiniões unânimes sobre o mesmo. E isso não o torna inseguro, porque seu poder de visão é muito convincente. Ele apenas fica mais reservado com os outros e abandona cada dia mais suas ambições, amando e procurando a solidão.
O que antes era entendido como uma forma de exclusão social, passa a ser um lucro para esses seres de luz, pois eles buscam e encontram a solidão não apenas em locais tranquilos, mas em qualquer lugar a partir de si mesmos. A solidão paira em torno deles, onde estiverem, pois eles a amam. A partir do silêncio, amadurecem lentamente. A quietude é essencial para evolução interior. O perigo está em falar sobre o assunto para os outros e, desta forma, destruir as sementes. Os discípulos não se entregam a um prazer individual, querem apenas resolver seu caso e expor a sua visão iluminada e iluminadora quando estiverem prontos. Isso resulta na potencialização e aperfeiçoamento da visão, através de sua própria força.
É possível perceber que alguém alcançou o satori a partir de seus modos e maneiras de elevar uma taça de chá, uma arte que apenas os Mestres Zen dominam. A forma como pegam em uma tigela e sentem como a mesma foi moldada – pois está ligada à mão modeladora de um artesão – é diferenciada. Também bebem o chá de uma forma diferente, como se não soubessem se são quem está bebendo ou se são a bebida, totalmente desprendidos de si mesmos. Trata-se de uma integração perfeita com o universo e as coisas. O satori funciona como uma confirmação de uma faculdade em que, como oriental, ele possui todas as condições: capacidade de perceber as mais sutis nuanças de movimento e de manipulação. Uma astúcia espantosa de observação e poder de se concentrar no que encontra e deseja. Tudo que observa penetra nele e ele absorve o que vê.
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Todas as pessoas podem alcançar o satori e o kensho
Os budistas zen alcançam o satori a partir de uma disciplina extremamente rígida. É feita uma desconstrução mental, facilitada muitas vezes pela dor e por intempéries. O amor desinteressado é um grande facilitador no caminho de comunhão com o todo, ou ao menos uma pequena parte do todo. Quando redirecionamos um amor que sentimos no momento para quem está ao nosso redor, algo diferente acontece e esse sentimento se potencializa a ponto de nos sentirmos unificados com as pessoas, animais e objetos. Os pensamentos e emoções das pessoas podem passar por nossa cabeça como se fôssemos um rádio mudando de frequência. Essa é a experiência relatada por quem alcança o satori ou ao menos o kensho. Porém, trata-se de uma vivência pessoal, íntima e indescritível. É importante ressaltar que essa prática não é algo distante e digno de iniciados ou seres evoluídos. Todos podem conseguir atingir esse estado.
Quando chegamos a esse grau, frequentemente acontece de acharmos que não é real. Pode surgir algo das profundezas de nosso próprio ser e de nossa realidade e assim alcançamos o satori. Passamos a entender todas as coisas e ficamos em paz com o mundo e com nós mesmos.
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