Entenda a dança do Orixá e quais seus significados
Sabe-se que dança, mas sabe-se o porquê da dança? Assim como muitos elementos do Candomblé, o ritmo funciona para agradar os deuses e expor seu pedido ou agradecimento. Com a dança do Orixá, não é diferente!
Nesse ritmo, os atabaques se juntam com as cantigas entoadas e trazem os Orixás do Orum para o Ayê. Dessa forma, são conhecidos como Run – que é o atabaque maior –, Rumpi e Le – que são os atabaques menores. Ressalta-se que toda a dança só pode ser tocada por Ogãns, já que esses são instrumentos sagrados e essenciais dentro do universo religioso de qualquer santo.
Os Ritmos
Ao ritmo de Alujá, o rei Xangô expões todo o seu poder e sua força sobre os trovões, no Ijexá, Oxum. Enquanto isso, admira-se em seu espelho, Iemanjá, que se banha em suas águas, em sua qualidade majestosa e irreparável. Logo, Ogum, ao som do Adarrum, é o guerreiro indomável que desbrava todos os caminhos e lacunas das dificuldades, sob o ritmo do Aguere. Oxóssi, o rei da fartura, vai à caça de alimento para seus filhos e sua família sobreviver. Iansã, corajosa, destemida e flutuante como os ventos, faz a acolhida e dissemina quando necessário as energias negativas. Oxalá, ao som do Igbi, é responsável por trazer toda a paz, tranquilidade, pureza, soberania e discernimento de um grande bom Pai. Finalizando, os Orixás chegam do Orun – céu – para festejar e celebrar as tarefas com seus filhos do Ayê – terra –, formando assim uma harmoniosa troca de axé e de energia.
Na parte prática, a dança possui muitas cores e balanço. Ela é uma das formas de expressão corporal mais antigas do mundo. E tem o objetivo de unir o físico e o sagrado de forma muito contemplativa.
As danças são divididas entre homens e mulheres e com isso, geram diversas interpretações de movimentos que conversam diretamente com o corpo e questões socioculturais.
Os movimentos em torno de um culto religioso fazem parte de um movimento artístico que são promovidos por meio dos homens com teoremas de guerra e as mulheres com a mistura de força e delicadeza. Dessa forma, cada um tem sua representatividade dentro de cada contexto musical.
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As Histórias
Há diferentes histórias sobre os Orixás. As origens vêm do masculino e do feminino, logo diferentes formas se organizam no mundo musical e não como verdades absolutas e intransponíveis, socialmente dizendo. Esse é um dos objetivos, que se mostram eficientes para dançar repensando expressão, corpo e gênero, criando assim, novas narrativas contadoras de ideias e pensamentos sociais.
Segundo uma das teorias, as diferenças existem naturalmente, pois homens e mulheres são biologicamente distintos, mas que é a cultura que demonstra essas diversidades de modo negativo e opressor. Ao criar novas margens e moldar os pensamentos, o gênero, não como algo impositivo, mas sim como opção para estar no mundo, visa a satisfação de si mesmo. Essas alternativas são mostradas claramente nos movimentos expositivos e completos que unem todos esses fatores em busca de um propósito em comum.
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