Amarelinha, chocalho, rodopios: brincadeiras infantis com origem mística
O misticismo está muito mais presente em nossas vidas do que podemos imaginar. Quem não bate na madeira quando alguém diz algo ruim? Você passa embaixo da escada? Come lentilha no ano novo? Esses são alguns exemplos de comportamentos místicos que são passados de geração em geração, independente da religião. E a nossa infância está repleta de misticismo, nós é que não nos damos conta.
“Não é o castelo de areia a coisa mais importante na brincadeira da criança. O mais importante é a imagem de um castelo de areia que a criança tem na cabeça antes de começar a construir o castelo. Por que outra razão você acha que ela destrói com as mãos o castelo que acabou de construir?”
A começar pelos amigos imaginários, que quase toda criança tem. Na verdade, eles quase nunca são imaginários! Esses amigos são os elementais da natureza que todos enxergamos em nossa tenra infância, ou mesmo amigos espirituais ou mentores. Infelizmente, quando chegamos a fase adulta, essas lembranças se apagam e perdemos a capacidade de enxergar o mundo espiritual. Segundo algumas doutrinas esotéricas, foram esses amigos imaginários que ensinaram aos pequeninos jogos e brincadeiras de criança. E você com certeza se divertiu muito com muitas dessas brincadeiras! Quer conhecer mais sobre as brincadeiras que alegram a sua infância? Leia o artigo até o final!
As brincadeiras com origem esotérica
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Amarelinha
Toda criança já brincou de amarelinha e ela é uma das brincadeiras mais conhecidas do Brasil. Bastava juntar 3 ou 4 amiguinhos e só era preciso um giz para desenhar no chão o diagrama para começar a brincadeira. Mas analise melhor a amarelinha, agora com olhos adultos: a disposição das casas, o céu e o inferno, a pedra, o pular com uma perna só… Tudo isso tem uma relação cabalística. Pular em uma perna só representa o equilíbrio que temos que ter para passar pelas dificuldades da vida. E qual caminho percorremos? Do inferno vamos ao céu! Pois é, temos que passar pelo inferno antes de chegar ao céu. A vida não é exatamente isso? Já a pedra representa aquilo que não muda: nossa condição espiritual, a família, o amor. Através da movimentação da pedra é que conseguimos avançar nessa jornada em direção ao céu.
“Triste de quem não conserva nenhum vestígio da infância”
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Estátua
As crianças adoram brincar de estátua! Todos estão se movimentando, até que alguém grita “estátua” e as crianças devem parar exatamente como estão nesse momento e permanecer imóveis, até que alguém se mexa e a brincadeira recomece. Essa brincadeira ensina o silêncio e a prática da meditação ativa. À medida que elas ficam paradas, se tornam autoconscientes e aprendem a focar a atenção no presente e ter controle sobre o corpo, pois precisam evitar os movimentos. Trabalho difícil para uma criança!
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Chocalho
O chocalho possui duas explicações diferentes em relação a sua origem. A primeira diz que o som que o chocalho produz induz a criança a uma comunicação mais intensa com o mundo espiritual, ativa os chakras mediúnicos e também tem o poder de acalmá-la. A segunda explicação é um pouco mais complexa, e diz que as cinco bolas coloridas do chocalho representam 5 anjos: Gabriel, Rafael, Uriel, Michael e Samael. Quando o bebê brinca com o chocalho lhe é contado o que lhe espera no futuro. A criança enxerga tudo isso que terá pela frente brincando com o chocalho e escutando o som que vem do brinquedo como que dizendo: desperta… desperta… Verdade ou não, a verdade é que as crianças parecem mesmo hipnotizadas quando seguram um chocalho.
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Jogos de bola
Apesar de parecer que as brincadeiras de bola são mais recentes na história da humanidade, isso não é verdade. Elas fazem parte de um passado muito antigo, pois, desde a época dos maias existem registros de atividades com jogos de pedra ou pelotas.
Quando as crianças brincam de bola, estão experimentando a vida em comunidade e o trabalho em equipe. Parece até meio bobo, mas não é. A julgar pelo individualismo do mundo e a forma egoísta como as pessoas vivem, os jogos de bola cumprem um papel muito importante na formação da visão de mundo infantil.
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Brincadeiras de roda
No folclore brasileiro, muitas são as brincadeiras de roda, ciranda cirandinha, lenço atrás, etc. De mãos dadas ou não, caminhando em círculos ou paradas, as crianças são ensinadas a unirem suas energias em benefício de outros.
Existem também muitos rituais tribais e indígenas que envolvem a ciranda, exatamente como acontece nesse tipo de brincadeira. E não é coincidência… A troca de energia que acontece quando espíritos se reúnem em uma roda é muito grande.
“A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro”
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Rodopio
De braços abertos a criança roda em seu próprio eixo da esquerda para direita, imitando a Dança Sagrada dos Dervixes que proporcionando equilíbrio anímico-espiritual. Não só os Dervixes mas outras culturas usam o rodopio como forma de transe mediúnico que abre portas para o mundo dos espíritos. Na umbanda, por exemplo, um dos rituais mais famosos é a gira, onde os médiuns também giram em torno do próprio eixo para receber as entidades que descem para os trabalhos. O rodopio ativa os vórtices de energia do corpo e canaliza uma quantidade enorme de energia vital.
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Músicas para crianças
Há inúmeras interferências aos chamados “iniciados” em muitas músicas infantis. Para citar somente um exemplo, temos a canção intitulada Frère Jacques, de origem cátara. Se prestarmos atenção na letra, podemos ver que ela é um chamado para o despertar da consciência:
Frère Jacques, frère Jacques,
Dormez-vous? Dormez-vous?
Sonnez les matines! Sonnez les matines!
Din, dan, don. Din, dan, don…
Tradução:Frei Jacó, frei Jacó,
Você dorme? Você dorme?
Tocam os sinos da manhã!
Tocam os sinos da manhã!
Din, dan, don. Din, dan, don…
Claro que há variações em cada língua, e a portuguesa não é exceção. Porém o mais importante é nos atermos ao final dessa canção, que na verdade é um mantra sagrado para o despertar da consciência.
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Brincadeira do copo
Essa brincadeira de brincadeira não tem nada. Quem nunca fez a brincadeira do copo? As crianças acham graça e sentem medo ao mesmo tempo. Aliás, medo e fascínio são complementares e ativam as mesmas áreas do cérebro. A brincadeira do copo é, na verdade, uma forma de mediação entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, e ensina a criança desde cedo que os espíritos existem e que a comunicação com eles é uma realidade. Justamente por isso é que essa brincadeira, apesar de muito conhecida, não deve ser feita por crianças. Na verdade ela não deve ser feita por ninguém, pois a influência espiritual que vem através desta brincadeira é bastante séria. Ninguém que não tenha conhecimento espiritual e mediunidade deve realizar essa brincadeira, ainda mais sem supervisão.
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