Imbolc: o festival do fogo e do princípio da vida
Imbolc é uma das festividades mais importantes para o povo celta. É comemorado por volta de 1º de fevereiro no hemisfério norte, e 1º de agosto no sul, durante a Lua Cheia que ocorre entre o solstício de inverno e o equinócio da primavera.
Literalmente, a palavra Imbolc significa “barriga”, mas pode ser interpretada como “dentro do útero”, uma vez que a festividade celebra a fertilidade, a germinação, a esperança e o nascimento do novo.
Após um longo inverno, o Sol começa a despertar e, embora ainda houvesse um longo caminho a ser percorrido, o início da primavera estava mais próximo.
Imbolc, a festa do fogo e noite de Brigid
Durante o Imbolc, a deusa Brigid (ou Brígida), da inspiração, da cura e da adivinhação, era adorada. Ele é uma das deusas mais populares para o povo celta, especialmente por ser a responsável por fornecer sabedoria aos homens.
Brigid está intimamente relacionada ao fogo, e a lenda celta consistia em colocar telas brancas nas janelas para que elas fossem tocadas por seu fogo. Portanto, durante a celebração do Imbolc, era comum que as pessoas acendessem fogueiras e luzes que ajudariam o Sol a aquecer a Terra após um frio inverno.
Segundo a lenda, durante a noite de Imbolc, fazendeiros iam aos campos para venerar a deusa, dançando ao redor de uma fogueira enquanto pediam por fertilidade a abundância em suas colheitas. Também eram lançadas sementes sobre o fogo como símbolo de sua bênção.
Imbolc é um período em que as coisas não acontecem diante de nossos olhos; elas ganham força debaixo da neve e dos campos gelados. Apenas esperam pelo momento certo de virem à tona. Nesse estágio, a Deusa se encontra em recuperação, após o nascimento do Deus, e acorda vagarosamente sob a luz revigorante do Sol.
Ao mesmo tempo, o Deus cresce e torna-se mais forte, pronto para trazer a Luz de volta ao mundo, bem como a saúde, a coragem e a ousadia da juventude.
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Tradições e festividades de Imbolc
Também conhecido como Festival das Luzes, ou do Fogo, as tradições envolviam acender velas por toda a casa, especialmente nas janelas, como forma de anunciar a chegada do Sol, mostrando ao jovem Deus seu caminho.
Pedidos, agradecimentos ou até mesmo poesias direcionados aos jovens, famílias e amigos eram queimados em fogueiras ou caldeirões em oferenda, sempre ao final dos rituais. O altar era enfeitado com flores amarelas, alaranjadas ou vermelhas.
Durante as celebrações de Imbolc, bonecas da deusa Brigid e rodas solares também eram confeccionadas em talos de milho ou trigo, representando a fertilidade, sorte, continuidade e o princípio da vida.
Atualmente, alguns rituais de Imbolc se mantêm vivos, como por exemplo:
- Limpeza, purificação da casa e trocar os móveis de lugar para mover as energias;
- Banhos purificadores, o que envolve a casa e seus moradores. Para isso, basta utilizar sal, pétalas de flores brancas e amarelas;
- Acender velas nas janelas (que devem ser consumidas por completo);
- Plantar algumas sementes;
- Pedir por inspiração e orientação para novos planos e projetos.
Também é muito comum realizar rituais de fertilidade, considerando que Imbolc é a festa do renascimento.
Curiosidades de Imbolc
Nos Estados Unidos, essa associação de 2 de fevereiro com a promessa da primavera continua sendo celebrada como o “Dia da Marmota”. Já no cristianismo, a figura da deusa Brígida foi substituída, passando a ser celebrado o dia de Santa Brígida — e as antigas rodas do Sol passaram a ser reinterpretadas como cruz de Brígida.
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